A Luz do Natal

Natal de vida, de alegria, de resistência, de amor sem medida. Natal de todos os povos, de todas as línguas, de qualquer religião. Natal principalmente para os cristãos, mais ainda para os que amam, para os que sorriem, para os que têm ao menos esperança de um mundo melhor. Momento tão bom e magnífico até para quem passa fome, para os povos que estão em guerra, para aqueles que inclusive não tem quase nada a comemorar diante da situação de sua vida. Natal sobretudo da esperança, da relação especial e surpreendente de Deus com a Pessoa Humana. Natal fantasticamente universal, com um sentido profundamente cosmológico e antropológico. É no Natal que o Deus se mostra pequenino, humano, vulnerável, estático, visível e ao mesmo tempo grandioso.

É o sonho que contagia o Natal. O sonho que se realizou, que se realiza, que se constrói a cada fisgada do coração pelo Amor. Amor que vem à vida se fazendo Carne, que habita o coração de carne, que amacia a dureza de nossas pretensões individualistas e interesseiras. Encontramos nesta Festa o símbolo mais perfeito da humanidade, e na unidade de famílias que verdadeiramente Celebram essa ocasião tão especial, vivemos e revivemos o forte anseio de Jesus Cristo: “que todos sejam um”.

Natal de luzes e árvores. Nem pareciam muitas quando o protagonista dessa Festa nasceu e é por causa d’Ele que tudo acontece ou pelo menos deveria ser. Sem lâmpadas, velas, holofotes ou fogos de artifícios a mãe e o pai do bebê que estava prestes a vir ao mundo, deviam ter apenas a luz da lua e de uma pequena estrela no céu. Um pequeno astro luminoso o qual, com toda sua força cósmica brilhava a terra, especificamente o lugar onde o Rei de todos os povos haveria de nascer e nasceu. A Verdadeira Luz viria ao mundo na escuridão da noite para ser luz em nossos corações. A única luz que deveria ser acesa era aquela a nunca carecer se apagar dentro de nós.

O Natal chega a mais um ano de muitas alegrias e tanto quanto tristezas. Mas o Natal não vê o passado, é realidade presente e futura. É esperança que já se alcança no presente na medida de nossa confiança, de nossa fé. A dimensão desse dia ultrapassa os limites da história e se faz nela inserido, devido a vontade humana. O Papa Bento XVI afirmou em uma das mensagens sobre o Natal desse ano que o “sentido se fez carne” e completa: o “‘Sentido eterno’ do mundo ‘se fez tangível a nossos sentidos e à nossa inteligência: agora podemos tocá-lo e contemplá-lo’, e esse ‘sentido’ ‘não é simplesmente uma idéia geral inscrita no mundo’, mas é ‘uma Pessoa que se interessa por cada um de nós’”(ZENIT).

Viver e sentir, contemplar e tocar, no sonho concreto há muito querido e nesse dia consolidado, completa o ciclo de felicidade presente na essência de nossa natureza, assim como é o ciclo da natureza dividida em primavera, verão, outono e inverno. De fato, o Natal está inscrito no calendário cristão como a Primeira Festa do ano e não a última como é no calendário civil.

O Verbo, Jesus, o Sentido, vem até nós para comovermos com a universalidade que é a grande Família humana. No belíssimo encontro com o Outro, vemos e sentimos o Sentido, o próprio Cristo unido a nós e nascendo em nós... a cada Natal, em cada dia.

Um santo, feliz e abençoado dia do nascimento de Jesus.