BR 459 - UMA RODOVIA DE CONTRASTES
Trecho: Pouso Alegre/MG a Lorena/SP (Via Dutra)

Emissão Original: 17/01/2009
Revisão 1: 15/11/2013
Imagens: Arnaldo Agria Huss

 
1. INTRODUÇÃO
O texto original sobre as condições da BR-459 foi escrito e publicado em janeiro de 2009. Na ocasião, o trecho de aproximadamente 40 quilômetros entre Itajubá/MG e a rotatória de Piquete/SP estava em péssimas condições. Pista simples sem acostamentos, mato invadindo o leito carroçável e dificultando a passagem dos veículos, buracos (verdadeiras crateras) por toda a parte, nenhuma sinalização, fazendo com que o motorista sem GPS ou que não conhecesse a região se sentisse totalmente perdido.
 
Passados quase cinco anos tornei a percorrer o mesmo trecho (Pouso Alegre a Lorena), e o relato das condições atuais encontra-se a seguir, lembrando que a narrativa é feita no sentido Pouso Alegre Lorena.
 
 
Foto 1 – Marco da BR-459 no trecho entre Pouso Alegre e Itajubá.
 
2. RELATO
Esta rodovia, em pista simples (pequeno trecho duplicado em Pouso Alegre) percorre os estados de Minas Gerais e São Paulo, ligando as cidades de Poços de Caldas/MG e Lorena/SP, às margens da rodovia Presidente Dutra (Rio – São Paulo). Possui uma extensão total aproximada de 240 quilômetros, atravessando as seguintes cidades, em ordem geográfica: Poços de Caldas, Caldas, Santa Rita de Caldas, Ipuiúna, Senador José Bento, Congonhal, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Piranguinho, Itajubá, Wenceslau Brás, – todas em Minas – e Piquete e Lorena, já no Estado de São Paulo. Cruza com a rodovia Fernão Dias BR-381 (São Paulo – Belo Horizonte), na altura de Pouso Alegre.
 
Considerando como início da narrativa o ponto de cruzamento com a Fernão Dias, na região de Pouso Alegre, até Itajubá são 65 quilômetros e de Itajubá até Lorena (via Dutra) mais 82 quilômetros, perfazendo um total de 147 quilômetros. O trecho de Poços de Caldas a Pouso Alegre não é abrangido neste texto, mas de Poços até Santa Rita de Caldas (aproximadamente 48 quilômetros) posso afirmar que as condições da rodovia são muito boas, pois passei por lá há pouco tempo atrás.
 
2.1 Trecho Pouso Alegre a Itajubá: Este trecho é excelente. Pista com asfalto e acostamentos em bom estado, sinalização aérea, de solo e placas orientativas em boas condições e corretamente distribuídas, cumprindo adequadamente a missão de orientar o viajante que, a qualquer instante, mesmo sem GPS, sabe exatamente onde se encontra. Para quem quer beliscar algo durante a viagem, o tradicional doce “pé de moleque” (agora também tem o “pé de moça”) é vendido em diversas barracas ao longo da rodovia na região de Piranguinho, considerada a capital do pé de moleque e que fica 12 quilômetros antes de Itajubá.  A BR-459 atravessa a cidade de Itajubá, mas a sinalização aérea é muito boa e não há como se perder.
 
 
Foto 2 – Vista do trecho Pouso Alegre a Itajubá. Note o pavimento e sinalização perfeitos e os acostamentos asfaltados.
 
 
2.2 Trecho Itajubá a Lorena: O péssimo trecho de 40 quilômetros entre Itajubá e a rotatória de Piquete, citado no início deste texto, foi totalmente recuperado, estando o pavimento em perfeitas condições, sem buracos ou outras armadilhas para o motorista. A sinalização de solo é boa. O restante continua do mesmo jeito, ou seja, sem acostamentos e sem placas orientativas, deixando o motorista que não possui GPS meio que “vendido”. Entre Itajubá e Piquete, a rodovia é totalmente desprovida de pontos de apoio, a não ser quando passa pela pequena cidade de Wenceslau Brás, 23 quilômetros após Itajubá. Praticamente em todos esses 40 quilômetros a BR-459 é como um ponto de isolamento. Existem algumas pousadas e até motéis ao longo desse trecho que, eventualmente, podem servir de apoio de emergência, até porque não tem sinal de celular da operadora Vivo. Antes de chegar a Wenceslau Brás há uma saída (bifurcação à esquerda) para o município de Delfim Moreira (rodovia estadual) que também leva até a rotatória de Piquete. Não trafeguei por ela, portanto não tenho como informar suas condições físicas. Pelo mapa, aparentemente, a distância é praticamente a mesma.
 
           
 
Foto 3 – Vista do trecho Itajubá a Piquete. Boa pavimentação, mas sem acostamentos, sem sinalização e sem sinal de celular.
 
Logo após a passagem pelo entroncamento para Piquete e Delfim Moreira, começa o longo trecho em curvas da descida da serra, que está em boas condições, mas também sem acostamentos e sem pontos de apoio ao motorista. Após a descida da serra, longos trechos em reta, passando ao lado de Lorena (lombadas na pista), atingindo-se a via Dutra – BR-116.
 
3. COMENTÁRIO
Mesmo com os 40 quilômetros recapeados, permitindo uma viagem mais tranquila e segura, continuo considerando a BR-459 uma rodovia de contrastes.
Enquanto entre Pouso Alegre e Itajubá a rodovia possui bons acostamentos, traçado moderno, sinalização de solo e aérea adequada e tranquilidade para ultrapassagens, no trecho Itajubá a Lorena a rodovia é precária nesse sentido, sendo também muito difícil realizar-se ultrapassagens seguras. Se pegar um desses caminhões pangarés pela frente, principalmente nos trechos de serra, tome um xarope de paciência, pois vai amargar um bom tempo atrás dele.
 
4. CONCLUSÃO
Considerando-se apenas a pavimentação, este trecho total da BR-459 permite uma boa viagem, sem atropelos.
Já no aspecto sinalização, acostamentos e pontos de apoio, o trecho Itajubá a Lorena é precário.
Se o seu destino pedir que viaje por esta rodovia pode ir tranquilo, pois tenho certeza de que você irá conduzir seu veículo com a segurança adequada, mesmo nos trechos mais perigosos.
Fique atento, pois existem vários radares ao longo da rodovia entre Pouso Alegre e Itajubá, estipulando velocidade máxima de 60 km/h.
 
As paisagens ao longo de toda a rodovia são belíssimas. Tome cuidado para não se distrair com tantas belezas que a natureza proporciona a todos nós.
 
Boa viagem, mas lembre-se: você está na BR-459, uma rodovia de contrastes.
 
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