Onde estão os representantes dos direitos HUMANOS?

Uma pergunta que nao cala: -ONDE ESTÃO OS REPRESENTANTES DOS DIREITOS HUMANOS NUMA SITUAÇÃO ASSIM?

"Extraído do Jornal Gazeta do Povo, edição de 04/02/2009:

Justiça decide despejar 90 internos de abrigo

Ex-moradores de rua, soropositivos, idosos e dependentes químicos têm 15 dias para deixar comunidade terapêutica

Noventa pessoas que vivem em uma comunidade terapêutica de Colombo, região metropolitana de Curitiba, estão prestes a ser despejadas por ordem da Justiça. Ex-moradores de rua, soropositivos, idosos e dependentes químicos em recuperação estão vivendo de forma improvisada em barracos no meio do mato na chácara da Comunidade Hermon. As condições precárias, como falta de banheiros e água potável, por exemplo, levaram à interdição do local. Essas pessoas têm até o dia 15 para abandonar a chácara. Enquanto isso, as obras de seis casas casas e quatro pavilhões erguidos no lugar pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) estão paralisadas há um ano e meio.

O histórico de problemas é antigo. Há 15 anos a Comunidade Hermon estava prestes a ser despejada de um terreno no bairro Bacacheri e recebeu do Provopar uma área de 2,5 mil metros quadrados para usufruto. Outra unidade existe há 24 anos no Bacacheri, onde hoje são atendidas 70 mulheres e crianças. O novo terreno não tinha edificações. “Era mato fechado”, lembra o funcionário público Ronaldo Reis, um dos coordenadores da comunidade. Os despejados começaram a construir barracões de madeira para morar e uma tenda de lona para música, teatro, dança e orações. Eram 170 pessoas, entre jovens e idosos.

Os vizinhos começaram a se sentir incomodados com o barulho dos cultos diários e foram reclamar no Ministério Público (MP) e na Secretaria de Meio Ambiente. “Para evitar problemas, tiramos a tenda”, conta Ronaldo. Só mantiveram os cultos de fim de semana e começaram a construir uma nova igreja, com isolamento acústico, por determinação do MP e da Justiça de Colombo. Segundo Ronaldo, um casal dos Estados Unidos começou a ajudar na construção depois de perder um filho para as drogas. O casal conheceu a comunidade durante uma apresentação feita por Ronaldo em Massachusetts.

Os internos da comunidade permaneceram mal instalados nos barracões. Foi então que o Provopar e a Cohapar decidiram construir seis casas e quatro pavilhões. “Foi a nossa salvação, uma perspectiva de futuro”, diz Ronaldo. A ação pública dos vizinhos continuava no MP, mas a Justiça preferiu aguardar o término das construções. Contudo, há um ano e meio a empresa contratada pela Cohapar foi desativada com 75,6% das obras concluídas. Dos R$ 200 mil de custos, 70% já foram pagos. A Cohapar precisou fazer a medição do que falta e ontem comunicou que está prestes a lançar nova licitação para concluir os trabalhos. A previsão é de que as obras reiniciem em, no máximo, 90 dias.

No período de paralisação das obras, as condições de moradia pioraram e a Justiça decidiu pelo despejo, na sexta-feira passada. Ontem, policiais e representantes do MP foram ao local informar sobre o prazo de saída. A comunidade chegou a atender 280 pessoas, na recuperação de dependentes químicos e no amparo de crianças, portadores de deficiências mentais, moradores de rua, ex-presidiários, soropositivos e idosos. “Tem gente que mora aqui há 10 anos, tem casais que se conheceram e casaram aqui”, diz Ronaldo. “Essa gente não tem para onde ir”, lamenta. A Cohapar informa lamentar a situação dessas pessoas, mas não pode se responsabilizar pela administração do lugar. "

-Diz a máxima que meu direito cessa quando inicia o direito do próximo, então, onde estão os senhores representantes dos direitos humanos que lutam tão ferrenhamente na defesa dos condenados, dos asassinos, estupradores, ladrões, homicidas, genocidas?

Nao vêem eles o descaso ás pessoas e seus direitos a vida, moradia e saúde constantes na Constituição, no artigo acima citado?

Que cada um possa lembrar-se da simples e plausivel hipotese em que qualquer uma daquelas pessoas que serão despejadas ali, podia ser um parente proximo, um amigo, alguem querido, ou por um revés do destino, até mesmo a si próprio.

E a chamada "justiça", que Deus os perdoe, e os possa abençoar e iluminar, porque nao sabem o que fazem.

Sem mais palavras...apenas um artigo, um ato, um grito, um alerta que cabe, porque o futuro é semeado hoje.