Educação X violência

Hodiernamente a violência parece não ter limites. Mortes trágicas, roubos, furtos, tráfico de entorpecentes e todas as maledicências reunidas num pacote, avassalam nossas vidas. A sociedade nunca esteve tão alerta como agora. O medo prevalece em cada esquina, a desconfiança se tornou nossa companheira. O poder público nunca investiu tanto no combate às drogas e os resultados nunca foram tão insignificantes. Muitos políticos nos “assaltam” sem escrúpulos, através de falcatruas e mentiras deslavadas. Castelos de deputados emergem em lugares longínquos, cercados de pobreza e ignorância, a carga tributária brasileira é mais pesada que a “talha”, a “corvéia” e os outros impostos da época feudal. Estaríamos à beira do caos? E agora quem nos “iluminaria”? Será que nasceria uma renovação dos votos de liberdade, igualdade e fraternidade? Será que no cerne social brotaria idéias iluministas ou apenas demagogia barata e partidária? Uma bolha se forma no horizonte e vem mais rápida e devastadora que uma avalanche, pois nossos jovens, salvo raras exceções, estão cada vez mais perdidos do que nunca! A escola é arcaica, os métodos ultrapassados, o desinteresse é hediondo. Os pais não dão mais conta de cuidar do excesso de filhos e aí surgem as “bolsas” salvadoras que tiram a “vara” dos pescadores e lhes fornecem “sardinhas” em latas minúsculas. Dar “cestas básicas” não reduz a pobreza, simplesmente por ser incapaz de proporcionar a plenitude que deve, necessariamente, caracterizar a cidadania. O cenário é medonho!!! Existem possibilidades de mudanças? Sim. Não tenho a receita, mas somente através de ações integradas de educação, saúde e lazer poderemos dentro de alguns anos revertermos a situação. Não adianta implantar programas que não funcionam, cópias de modelos americanos ou europeus transformados à moda brasileira que viram um fiasco, especificamente exemplos de modelos educacionais sem um mínimo de infra-estrutura. Temos que mudar ao redor das escolas, com mais praças, parques, lazer, saúde de qualidade e consequentemente redução da violência urbana. A educação de qualidade transforma trogloditas em seres pensantes, mas deve existir uma interação da família e do governo e não somente jogar a carga nas costas dos professores. As promessas políticas em período eleitoral é o investimento na educação, seria uma prevenção obviamente, mas na verdade isso não acontece e as cadeias estão cada vez mais lotadas e o mal se criando. Para os governantes que um dia leram um bom livro, lembrai-vos de Dostoievski: "Não será preferível corrigir, recuperar, e educar um ser humano que cortar-lhe a cabeça?" Pensemos nisso, talvez a “luz” esteja aí.