FISIOPATOLOGIAS MENSTRUAIS E EJACULATÓRIAS

[S]erão avaliados alguns retrospectos de estudos anatômicos e fisiológicos das ejaculações e das menstruações. Os considerados aspectos desarmônicos ou patológicos dos citados assuntos serão apenas comentados superficialmente, pois há muitos profissionais especializados e competentes que poderão avaliar, em locais adequados, os pacientes mais necessitados. A intenção deste artigo não é consultar ninguém, e sim chamar a atenção para o perigo de quem não se importar com alguma alteração clínica e “buscar abrigo na automedicação crítica”. Após o emblema do tom introdutivo, é bom abordar o lema preventivo. Na fase da puberdade se inicia uma atividade na glândula hipófise que propicia a produtividade de uma “overdose” de hormônios especiais. Chamados de Gonadotrofinas, os tais hormônios são encarregados de metódicas funções sexuais e dos mecanismos de modificações anatomo-fisiológicas, tanto nos organismos masculinos quanto nos femininos. Serão comentados dois tipos de Gonadotrofinas, assim “batizados” pela Medicina: Folículo-estimulantes (FSH) e Luteinizantes (LH). Cada uma determina as variantes das ações sexuais, numa orquestrada sina de atuantes ações hormonais.

[E]strógenos, progesterona e testosterona são formados pelos hormônios Gonadotrofinas, citados acima, por mecanismos complicados que, pela rima, serão simplificados. Num rapaz, o hormônio luteinizante faz um atuante desenvolvimento das células de Leydig. Tal fato é importante para o intento real e exato da produção de testosterona, a qual, no momento que entra em ação, “detona” uma transformação que tem a responsabilidade pelo fortalecimento da masculinidade, pela manutenção da virilidade e pela capacidade de procriação. A idade de ejacular tem relação com o hormônio Folículo-estimulante, cuja atividade testicular é importante nas células tubulares que, na verdade, também, podem ser chamadas de células de Sertoli. Nesse instante, a quantidade de espermatozóide produzida “não é mole” e chega ao patamar de 200 milhões, em cada uma das ejaculações (excreção de sêmen pelo canal uretral). Desse total, apenas um ou dois espermatozóides conseguem fazer a fecundação, que quer dizer a união com a célula germinal feminina, após a inseminação natural, ou seja, a ejaculação na vagina.

[X] e Y são cromossomas sexuais. Deve ser ressaltado que, nas somas finais de X+Y ou X+X, cada sexo é representado. Um espermatozóide Y, ao fecundar um óvulo gera um embrião masculino (XY). Se um espermatozóide X for o fecundador seleto, um embrião feminino (XX) será gerado. O genitor, por certo, é responsabilizado pelo sexo do feto formado. No sexo masculino ocorre a espermatogênese. No sexo feminino ocorre a ovulogênese. No homem, os testículos revestidos pela bolsa escrotal, são órgãos sexuais externos. Na mulher, os órgãos sexuais internos são representados pelos ovários, cujas constituições são vários folículos que podem chegar à média elevada de 20 a 40 mil. Na idade adequada, quando a hipófise é estimulada, esses folículos sofrem ações dos hormônios Folículo-estimulantes produzidos e, com isso, há importante transformações para óvulos (folículos amadurecidos). Na seqüência, segundo versões da Ciência, há as participações e as influências marcantes dos hormônios luteinizantes que fazem os óvulos produzirem um hormônio característico, o estrógeno, que tem finalidade pelo verídico desenvolvimento da feminilidade.

[O]bserva-se, nos períodos regulares, de quatro ciclos lunares, que os folículos amadurecidos, como os óvulos são conhecidos, conquistam as trompas e seguem para a mucosa uterina, onde se incistam. Concomitantemente, outra quantidade de óvulos se transforma rapidamente numa glândula endócrina, de atividade fugaz, de coloração amarelada (corpo lúteo ) que, na verdade, faz a produção regulada de progesterona, cuja responsabilidade é promover uma transformação adequada na mucosa do útero para que o mesmo possa “conceber”. Se não houver fecundação, passa a ocorrer a suspensão da progesterona e o endométrio uterino “vai à lona”, sofre desintegração e é despreendido. Menstruação é como esse processo é conhecido e, em geral, é precedido pelo reverso da afamada Síndrome pré-menstrual, caracterizada por tensões psíquicas, com algumas crises histéricas, hipersensibilidades mamárias, dores pélvicas, cefaléias frontais, retro-orbitárias e temporais. As patologias menstruais são relacionadas às anomalias hormonais, gerais ou locais e podem ser conceituadas como: amenorréias (ausências dos fluxos esperados), menorragias (fluxos aumentados), polimenorréias (fluxos antecipados), oligomenorréias (fluxos retardados) e de dismenorréias (menstruações doloridas).

[S]em discussões indevidas, banais e vazias, as principais anomalias das ejaculações, as patologias sexuais conhecidas por satiríases , são devidas às crises de ereções constantes e ejaculações exorbitantes, causadas por alterações hormonais e caracterizadas por perturbações psicossociais. Então, pacientes que adoecem de distúrbios das menstruações e das ejaculações, onde prevalecem alterações hormonais e psicossociais, carecem das urgentes ações dos confiáveis tratamentos clínicos e dos acompanhamentos laboratoriais e psíquicos de durações variáveis.

Paulo Marcelo Braga

(Belém, 12/12/2004).

Artigo publicado no Jornal do Dia, em 25/02/2005.

Do livro ABECEDÁRIO MÉDICO (Inédito)

Gravado em 04/03/2009

Leia o texto, observe o acróstico (SEXOS)

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Texto e voz: Paulo Marcelo Braga

Fundo musical: ALVORADA (ANTÔNIO CARLOS GOMES)