ESTOU SENDO PROCESSADO

ESTOU SENDO PROCESSADO

José Arnaldo Lisboa Martins

Em 26 de setembro do ano passado, uma sexta-feira, eu dirigia meu carro, vindo de São Miguel dos Milagres, acompanhado por três senhoras e, ao passar pelo Posto Policial de Ipióca, às 18 horas, um policial mandou que eu parasse e, em seguida pediu meus documentos. Eu havia comprado o carro a Neto Veículos, poucos dias antes. Como a guia do IPVA tinha sido enviada para a residência do dono anterior, eu estava sem conduzir a licença atualizada. Imediatamente, o policial disse que meu carro seria rebocado para o DER e, telefonou para um guincho que estava escondido, bem pertinho dalí e que chegou com 5 minutos ao Posto. Diante daquele estranho esquema, eu tentei falar com o Neto, para ele justificar a falta, porém, não consegui comunicação. Enquanto as pranchas do guincho iam sendo armadas, eu ia dizendo ao policial que o carro tinha placa de Maceió, que eu não era nenhum ladrão de carro, que era uma sexta-feira à noite, que estava com três donas-de-casa e que meu carro seria rebocado para o DER, onde eu fui Diretor da Divisão de Transito, então, chefe daquela mesma fiscalização, devido a jurisdição da rodovia. Disse ao policial que me autuasse, pois, o reboque do carro seria uma punição descabida, para aquele dia e aquela ocasião. De nada adiantavam meus apelos para a compreensão. Tendo o telefone do Dr. Sapucaia, Diretor Geral do DETRAN, tentei falar com ele, todavia, o policial disse logo que só atenderia ao seu superior hierárquico. Também, não consegui me comunicar com o Dr. Sapucaia que, mesmo sendo uma importante autoridade, não deixa de ser meu velho e cordial amigo, há mais de 40 anos. Só iria pedir a ele a compreensão.

Em última tentativa, telefonei para o Diretor Geral do DER, Eng. Ronaldo Lopes que, me atendeu. Falei no acontecido, na inconveniência do reboque e ele pediu pra dar o telefone ao policial, porém, este não quis atender. Insisti, até que ele resolveu atender. Dr. Ronaldo disse que pagaria os 80 reais da taxa de reboque, e pediu para que meu carro fosse liberado. Voltei ao telefone, agradeci e disse que eu mesmo pagaria os 80 reais. Já que o carro não seria rebocado, o policial mandou que o motorista viesse receber o dinheiro, mas, antes dele chegar junto a mim, o policial foi até o motorista e lhe falou ao ouvido. Ora, ele já tinha dito às senhoras, Marizete, Roberta e Fabiana, o valor da taxa de 80 reais, porém, me cobrou 120 reais, oitenta do reboque e 40 reais para os policias. Achei caro, reclamei e disse a ele que registrasse, aquela quantia no boletim da empresa. Ele disse que “não era doido”. Paguei e, aliviado, fui levar em casa, as donas-de-casa que, a tudo assistiam boquiabertas.

Como escrevo aqui no EXTRA, escrevi um artigo dizendo tudo isso que estou repetindo. Os policiais me processaram e estão pedindo indenização por danos morais, de 15 mil reais, sendo 5 mil reais pra cada um deles. Em outros três processos contra terceiros, com a mesma advogada, os mesmos policiais do Posto de Ipióca, estão pedindo indenização de 14 mil reais, em cada processo, também, por danos morais. É a “indústria dos danos morais” que continua fazendo suas vítimas. Ora, paguei 40 reais “por fora”, vou provar com documento do Guincho CONDOR e com três testemunhas honestíssimas que, a tudo assistiram. Foi dito à Dra. Juíza que usei “palavras de baixo calão”, quando na verdade, nunca tratei alguém, tão bem como tratei o policial com quem eu dialoguei. Os outros dois ficaram calados, mas, todos os três estão me processando.

Obs: Este artigo foi publicado no jornal EXTRA, hoje, 6/3/09.

José Arnaldo Lisboa Martins
Enviado por José Arnaldo Lisboa Martins em 06/03/2009
Código do texto: T1472989