Conhecer a Jesus

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

CONHECER A JESUS

"As que não são, para confundir as que são..." - I Co. 1.26-29.

Intuição, ato de ver, perceber mediante raciocínio. É Natanael, um dos primeiros aprendizes de Jesus, que após receber a boa nova vinda de Filipe, de que havia encontrado o Messias, arrazoou, questionou: "E pode vir profeta de Nazaré?" Conhecedor das sagradas escrituras, talvez desde o seu Bar-Mitzvá, cerimônia de iniciação ao judaísmo aos treze anos do jovem, Natanael era sabedor de que não há menção do surgimento de profeta algum na região da Galiléia. Profetas são oriundos do sul, de Judá, da Judéia.

O raciocínio de Natanael é lógico, coerente, ao intuir de onde deveria vir o Messias, o Cristo, o Ungido. Mas, intuir as coisas que se referem a Deus nem sempre nos levará à verdade divina. A razão das muitas denominações do cristianismo é tal intuição. São os raciocínios, os racionamentos acerca do Cristo. Natanael reconheceria Jesus como sendo divino, somente quando, em contato com Ele, recebesse a revelação - esta sim, a que vale - que estivera debaixo de uma figueira, distante aos olhos dos circunstantes, onde Jesus o vira.

São as revelações que nos levam a Deus. Revelar é descortinar o que está oculto. É a maneira de Deus se fazer conhecido ao ser humano. Não são as lucubrações da mente, os estudos, o esforço humano enfim, que trarão o conhecimento do Cristo. Pessoas incultas, iletradas, à margem da ciência e do saber, têm recebido tal revelação. O Senhor Jesus chegou a dizer: "Aos pobres é anunciado o Evangelho". Diríamos, então, que a revelação de Deus é um milagre.

Certa Lídia, vendedora de púrpura, da cidade Tiatíra, ouvia a Paulo pregando sobre Jesus: "E Deus lhe abriu o coração para entender o que Paulo dizia" - diz o texto de Atos dos Apóstolos. Por intuição o ser humano consegue descobrir invenções; consegue compor poemas; escrever livros. Mas não consegue se chegar a Deus. Haja vista as especulações dos filósofos quanto à metafísica.

Natanael, agora em contato com Jesus declara, numa firmeza de convicção: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Neste momento ele sabe mais do que as próprias escrituras haviam declarado, pois na Velha Aliança não tinha sido dito que o Messias fosse Filho de Deus. A encarnação fora um mistério, oculto a todos os profetas e destacados servos de Deus, no passado. Tal encarnação só foi revelada em Jesus, através do príncipe de anjos, Gabriel, quando da conceição da jovem e virgem Maria.

A revelação sobrepuja o passado, e no presente descortina coisas novas e firmes do futuro. O Senhor Jesus afiança a Natanael e aos demais aprendizes: "De agora em diante vereis os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem".

Depois de recebermos a revelação de Deus, temos novo conhecimento, novas aspirações, novos anseios, e entramos em diferente e alta dimensão de vida. Nosso coração se alarga, nossa alma vibra, nascemos de novo. Pertencemos a um novo reino: O Reino de Deus.

Filipe, ao receber a resposta de Natanael, de que de Nazaré não poderia vir profeta, não questionou, não argumentou, não dialogou. Apenas disse: "Vem e vê". É o que faço a meu prezado leitor. Convido-o a vir a Cristo para Dele receber a revelação que nós mesmos temos recebido.

Só Jesus.

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O Pr. Th. D. Honoris Teologia, D.D. Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br

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