CABOCLO DA AMAZÔNIA

O CABOCLO HÍBRIDO DA AMAZÔNIA

O "homem amazônico" ou "caboclo" é o "outro" que faz parte de uma categoria que inclui dimensões geográficas, raciais e de classe na qual não se deseja ser incluído devido às ideias e imagens que veiculam hoje a seu respeito.

Essas ideias e imagens construídas desde o período colonial até o final do séc. XIX, trazem uma ideologia dominante europeia: o colonizador branco por ser católico não mantinha preconceito contra os negros que já estavam acostumados a um certo tipo de trabalho, por isso bem poderiam substituir o índio considerado um ser incapaz de muito esforço para sobrevivência. Um encaixe perfeito para a elite brasileira da época. Resultando dessa "interação" entre os três elementos elementos ( índio, brnaco e negro) uma miscigenaçãoque dá origem ao caboclo híbrido, misturado; formando um tipo singular étnico que se combina com uma região geográfica: como o gaúcho ou as baianas que são estereótipos restritos que aparecem no folclore para exibir os traços regionais.

Ao se falar de amazônia, essa mistura de raças e culturas não é reconhecida, pois é a terra, mais que o nativo dela, que se sobressai como representação da região. Esse nativo ( o homem amazônico ) é visto como impuro racial e culturalmente, por parte de quem se refere a ele. Por essa razão, as pessoas não admitem uma identificação com o caboclo nem com o que se liga á sua cultura considerada inferior - as caboclices. e ainda por fazer parte de uma categoria que, segundo a professora Deborah de magalhães Lima ( Antropologa - Ufpa ) "está associada a um estereótipo negativo (...) descendência indígena e não-civilizada ( anafalbeta e rústica)".

A identidade do homem amazônico, por ser construída historicamente, manifesta marcas consideradas sem valor diante das ditas grandes populações urbanas, o que resulta num comportamento e aceitação e de recusa pelos prórpios nativos da região amazônica.

Porém, quando se trata da divulgação da Amazônia o que se busca é justamente o cultural da região: culinária, folclore, artesanato, uso de ervas, etc. Itens que são explorados sem a observância de suas origens raciais, ou seja, itens que são autênticas caboclices!

Diante dessas observações, parece que convém alertar-se para a rotulação construída historicamente como reflexo de uma formação da sociedade amazônica; e ainda, como a identidade do caboclo amazônico é tratada nos discursos.

Eveluz
Enviado por Eveluz em 02/04/2009
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