O DESABAFO DE UM ESCRITOR AMADOR

Chamaram-me atenção duas pessoas jovens; conversavam sobre o evento literário que estava sendo programado no Grupo Escolar “Monteiro da Silva”, iria contar com a presença do escritor profissional, José Arrabal, filho de Mimoso do Sul, da Editora “Nova Didática”. Esse dialogo, foi o estopim para me incentivar a ter fontes para a minha pesquisa, a qual sempre eu adiava.

Na minha ingenuidade, desde meus 14 anos, tenho como habito gostar de escrever. Tenho três livros editados que apresentei a comunidade, dois deles, com lançamentos e noite de autografo, no Departamento de Cultura de minha cidade, Mimoso do Sul – ES.

As vendas dos livros foram ótimas, dobraram as minhas expectativas. Meus trabalhos, com a única finalidade de registrar momentos do cotidiano e tentar passar para o leitor histórias, e, por mais banais que elas sejam, podem apresentar algo de intimo ou revelador.

No período de cinco anos, já estava em minhas mãos tudo que eu questionava:

- As pessoas entendem o que eu escrevo?

- Ao escrever, me direciono ao mundo jovem, quais seriam seus comentários?

- Quais os números de leitores, que viajaram comigo no meu realismo ou ficção?

- As vendas de exemplares, confesso que me surpreendeu, segundo informações dos locais que vendiam livros, “Santo Antonio descendente de corpo inteiro”, e “Insinuação Poética” superaram todos os outros. Poderia ser motivado pelo preço popular.

Foi decepcionante constatar; a maioria das pessoas que adquiriram os meus livros. Compraram, por comprar; uns para guardar de recordação, outros para mostrar amigos, outros ainda para expor na estante, como eles tivessem uma aversão a literatura.

Para ser convincente a essa desilusão, comecei a usar os livros no Encontro de Preparação para o Matrimônio, onde texto era lido e refletido. Fevereiro de 2006, Rudson e Daniela, Elton e Leda, noivos, preparavam para a consagração do sacramento do matrimônio:

“O assunto desse encontro será, “A paternidade responsável” peço a você Daniela que leia pausadamente, na página quarenta e um, o poema, Meu segundo filho”.

Ao termino do texto, Daniela fixa o noivo, Elton e Leda permanecem sérios, Daniela quebra o silencio:

“Tio muito profundo esse texto, quem e o autor desse livro?”

Respondi, com delicadeza, para não demonstrar a minha sobrinha que não gostei da pergunta.

“Ele foi lançado em outubro de 2000, mas muito me surpreende que você ainda, não leu a obra de seu tio”.

“Ah! Desculpa-me tio, mas na minha casa temos esse livro, só que nunca observei...”

Esse fato veio a dar maior credibilidade a pesquisa, que eu tinha em mãos, tentava não acreditar; será por que as “pessoas” não gostam de ler? Essa pesquisa era da minha cidade, será que em outras regiões esse perfil e o mesmo? De que adianta pensar num tema, desenvolver um conto, real ou ficção, programar uma festa, fazer um lançamento, e este não produzir frutos, puxa estou desapontado.

O Grupo Escolar “Monteiro da Silva” ficou em festa, três dias, vasto roteiro, celebrações ecumênica, grupo de dança, peça teatral, palestras, vários autores de renomes presentes na primeira feira literária do livro. Os alunos da escola prestaram homenagem ao filho mimosense, encenando uma história de sua autoria “A estrela de rabo”. Os estandes dos livros em exposição davam maior brilhantismo a esse evento, bastantes vendas, surpreendiam os autores. O escritor e poeta José Arrabal, residente em São Paulo, estava feliz por estar entre os seus.

Após escrevermos dedicatórias, trocamos presentes literários.

Quase um ano se passou, é lamentável que obras desse notável escritor, foi as crianças que mais deliciaram em números de leituras, talvez incentivados pelos seus professores, quanto aos adultos, os livros comprados permanecem novos, suas páginas ainda atraídas umas pelas outras, devido o cheiro da tinta. Triste e que a comunidade ás vezes fica nos cobrando:

“Quando vai lançar outro livro?”

“Breve, muito breve”, falei para não ficar sem resposta e exclamei:

- Se tens a leitura como disciplina de aprendizagem como a conduta adequada leal, divulgo e, recomendo,o Sites para escritores, recanto das letras, lá os textos não são mudos, podem até ser comentados http://www.recantodasletras.com.br/autores/alcisantos