Filhos do descasamento

No momento da separação há um certo trauma porque nenhum filho quer ver os pais divorciados. Porém, com o tempo essas crianças ganham experiências e sentimentos valiosos, nem sempre vivenciados por outras. Sentem-se frustradas de não terem mais pai e mãe juntos.

O fato é que toda vez em que há uma separação ocorre a morte da família original e no imaginário dos pais e das crianças o casamento e a família são para sempre.

Todas as crianças querem ver os pais vivos, juntos e se possível felizes. Quando isso não ocorre elas criam uma ordem de eliminação, por exemplo: "Bom, já que eles não estão juntos ainda bem que pelo menos estão vivos e felizes", pensam. Com a separação dos pais, o primeiro benefício gerado na criança é sair do ambiente desfavorável de desamor e por vezes hostil e de brigas. Em seguida, vem a ampliação do convívio com novas pessoas e ambientes, já que os pais retomam antigas amizades.

Com o divórcio também renascem duas outras famílias monoparentais (chefiadas por apenas uma pessoa). Nas salas de aula, a paridade de crianças de lares unidos e separados é bem dividida, o que faz com que as crianças não se sintam excluídas ou diferentes umas das outras.

O ideal para a criança é que pai e mãe se relacionem bem, independente de estarem casados ou não. É fato que necessitam sentir que alguém a ama e a admira, mesmo com todos os defeitos que ela possa ter e é por isso que a criança deve sentir-se e ser amada pelos pais.

Estado emocional tem mais peso que o estado civil.

Um casal com filhos que decide se separar deve tomar alguns cuidados com eles. Um deles, é deixar claro às crianças que o conflito é entre os parceiros e não com os filhos. Outro é informá-los que apesar da separação, o amor e a relação de pai e mãe irá continuar.

O que produz o desenvolvimento das crianças não é o estado civil dos pais, mas o estado emocional deles ou daqueles que as criam.

Estudos citam como exemplo um casal que se separa quando o filho tem entre 11 e 12 anos de idade. “Há garotos que tentam assumir o papel do homem da casa, às vezes as próprias mães os obrigam a isso. Os estudos relatam o fato de alguns pais usarem os filhos para fazer chantagem contra o outro. “As crianças, pré-adolescentes e adolescentes não devem ficar entre os pais, muito menos levar e dar recados. Os pais, mesmo que separados, devem se tratar cordialmente e de maneira adulta.

No dia-a-dia e principalmente numa separação é essencial a demonstração de amor aos filhos. Porém, as especialistas ressaltam que os extremos são sempre muito ruins. “Falta ou excesso de amor prejudica o crescimento da criança. Os limites devem ser impostos mesmo durante a separação.

É bem verdade que os filhos precisam se adaptar às mudanças e essa adaptação também é muito favorável a eles, porque podem desenvolver a capacidade de resistir às dificuldades. “Com o tempo se torna uma pessoa melhor e capaz de lidar bem com as adversidades da vida.

p/Valéria Oliveira