Globalização e Produtividade

GLOBALIZACÃO E PRODUTIVIDADE

ANTONI BIGCUORE*

Para: Antônio Augusto - Jornal Diário do Comércio

S.P. 02 de julho de 1999. (17: 11 hrs)

(obs.este artigo foi publicado no Diário Comércio e Indústria de São Paulo, em julho de 1.999.)

A globalização fez emergir aspectos importantes nas economias mundiais, pois que propiciou o surgimento de políticas de estabilização e austeridade, principalmente na América Latina, onde pôr muitos anos reinou a cultura inflacionária.

As dificuldades têm levado as empresas, pôr questão de sobrevivência, a aprender a conviver com a nova ordem emergente criada pela integração dos mercados. Ela tem propiciado uma grande melhoria da produtividade, mormente pelo aprimoramento do processo de produção, novas técnicas de controle de estoques, tais como, “just in time”, “real stock control” etc., sem falar na “high quality process” .

Para acompanhar os novos tempos, as empresas tem exigido de seus funcionários cada vez mais preparo e aumento substancial na capacidade produtiva, ou seja, tem exigido cada vez mais versatilidade, visão global e capacidade abrangentes. Inclusive, tem exigido o aprendizado de pelo menos uma língua estrangeira, o inglês de preferência, ou o espanhol, este em função do chamado Mercosul.

As empresas estão percebendo que, por questão de sobrevivência, tem de pensar também no mercado externo. Principalmente, as pequenas e médias estão começando a descobrir este filão. A competição está ficando cada vez mais acirrada, e as empresas mais bem preparadas, terão melhores condições de competição no mercado.

Agora mais do que nunca, após a desvalorização cambial, o Brasil que detém apenas 0,8% do comercio internacional, deverá criar mecanismos de estímulo permanente, visando à melhoria de nosso Balanço de Pagamentos, que é deficitário.

Falando em exportações, vejamos o caso do Chile. Um país bem menor que o nosso e relativamente exporta muito mais que o Brasil. Isto em função de que há muito se criou, naquele país, uma mentalidade exportadora.

Entendemos que é preciso criar mecanismos permanentes de estímulo às exportações e não ressuscitar medidas conforme vão surgindo os acidentes de percurso de nossa economia.

Onde está o Banco do Brasil, dos tempos do “Exportar é o que Importa”? Lembram-se daquela campanha? Se não nos falha a memória foi no tempo do Prof. Delphim Neto, na década de 70. Parece que o nosso País desaprendeu a exportar. Entendemos como sendo imperativo a mobilização de todo referido Banco , com suas várias agências espalhadas pelo Brasil, a fim de o País voltar a crescer impulsionado pelas exportações.

Neste contexto, as pequenas e médias empresas representam a grande fonte geradora de novos empregos; basta vontade política do governo, mobilizando concomitantemente a classe empresarial e os recursos humanos, técnicos e creditícios do Banco do Brasil e BNDES.

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(*)autor é contabilista,adm.empresas e escritor. Conheça mais os seus textos, acessando sua página na net. http://www.recantodasletras.com.br/autores/antonibigcuore

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