SER FILHO/A

Tanto se fala sobre ser mãe...ser pai.

Quantos falam do que é, ou deveria ser, ou poderia ter sido, ser filho?

Nem todos tem a alegria de ser filhos, quando há pais que desvirtuam, maltratam, matam!

Alguns não podem ser filhos, porque ficaram órfãos, porque há pais que abandonam, apenas geram e depois esquecem o “incomodo acontecido”.

Há tantos filhos sem pais presentes, embora morem ali, na mesma casa, compartilham o mesmo teto e são desconhecidos civilizados, ou não.

Filhos...que é ser um filho? É ter o dever de prestar obediência sempre?

Porque pais que não tem tempo pra seus filhos queixam-se tanto dos filhos omissos, rebeldes?

Porque semear infelicidades e depois tentar eximir-se clamando um “mea culpa”, facilmente decorado, expresso entre a dor da culpa e a ira da indignação pelo: “não fiz nada”?

Realmente, não se fez nada...durante séculos, foram educados os filhos a obedecer cegamente seus pais. Educados pelos que diziam para ser feito como falavam e não como eles mesmos agiam. Dois pesos, duas medidas.

Jamais li algo tão certo quanto a frase de uma criança de oito anos que perguntou:

-“ se não posso fazer coisas erradas enquanto sou pequeno, é porque poderei faze-las depois de grande?”

E queremos bons filhos...somos bons pais?

Ser filho é amar pai e mãe. Concordo, porque amor redime, absolve, ajuda, eleva, abençoa. Mas esse é um dever/direito de todo ser humano, amar!

Ser filho é amparar e proteger também a quem lhe deu a vida, mas... não é esse um dever humanístico de toda criatura? Amparo e proteção entre os que se amam, os que velam uns pelos outros.

Não há filhos perfeitos, porque não existem pais perfeitos.

Então, seja o melhor que possa, apesar da falibilidade dos pais, apesar da sua própria, já que fazendo sua parte poderá não salvar o mundo, todavia, em retribuição, terá pais melhores e será no futuro, um pai melhor também.

Se não puder ser um filho melhor, não se culpe, a reciprocidade é peça chave pra ser bem sucedido, portanto, essa é uma via de mão dupla num relacionamento.

Então, ser filho seria obedecer, amar, respeitar, proteger e amparar pai e mãe. Estranho que apesar do ícone da cristandade ter tido uma mãe, ele pouco foi presente fisicamente em sua vida, e alguns dirão é claro, que não viera para isso, mas.. não era Ele um Filho, ou seria apenas filho do Pai? Afinal, pela historia e religiosidade, Ele fez tudo que o Pai pediu.

Seja quem for, ser filho ou filha depende muito do pai ou mãe que se tem, ou deixa-se de ter. Ação e reação fazem parte dos relacionamentos humanos, embora nem todos entendam, estão sujeitos a agir como recebem e entendem.

Não há bulas, regras ou manuais de como ser filhos, ou pais, há apenas a vontade de acertar e não fazer das vidas que convivem conosco infernos na terra. Tudo mais será conjectura e demagogia.