PATATIVA : VERSOS

Continuando a festejar o grande poeta Patativa do Assaré selecionei alguns versos para ilustrar o artigo anterior o que trago ao recanto a luz do seu brilhante trabalho e um retrato da sua pessoa através da sua poesia, mostrando a alma do grande poeta,compartilhando assim um pouco da nossa história cultural.

Aos poetas Clássicos

Poetas niversitário,

Poetas de Cademia

De rico vocabularo

Cheio de mitologia;

Se a gente canta o que pensa,

Eu quero pedir licença,

Pois mesmo sem português

Neste livrinho apresento

O prazê e o sofrimento

De um poeta camponês.

Eu nasci aqui no mato,

Vivi sempre a trabaiá,

Neste meu pobre recato,

Eu não pude estudá.

No verdô de minha idade,

Só tive a felicidade

De dá um pequeno insaio

In dois livro do iscritô,

O famoso professô

Filisberto de Carvaio.

... ... ... ... ... ... ...

Poeta niversitário

Poeta de cademia,

De rico vocabularo

Cheio de mitologia,

Tarvez este meu livrinho

Não vá recebê carinho,

Nem lugio e nem istima,

Mas garanto sê fié

E não istruí papé

Com poesia sem rima.

Cheio de rima e sintindo

Quero iscrevê meu volume,

Pra não ficá parecido

Com a fulô sem perfume;

A poesia sem rima,

Bastante me disanima

E alegria não me dá;

Não tem sabô a leitura,

parece uma noite iscura

Sem istrela e sem luá.

.... .... .... ... ... ... ... ..

Se um dotô me perguntá

Se o verso sem rima presta,

Calado eu não vou ficá,

A minha resposta é esta:

_ Sem a rima,a poesia

Perde arguma simpatia

E uma parte do primô;

Não merece munta parma,

É como o corpo sem arma

E o coração sem amô.

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Patativa do Assaré Rio,15 de maio de 2009

Cristin
Enviado por Cristin em 15/05/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1595944
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