PATATIVA : VERSOS
Continuando a festejar o grande poeta Patativa do Assaré selecionei alguns versos para ilustrar o artigo anterior o que trago ao recanto a luz do seu brilhante trabalho e um retrato da sua pessoa através da sua poesia, mostrando a alma do grande poeta,compartilhando assim um pouco da nossa história cultural.
Aos poetas Clássicos
Poetas niversitário,
Poetas de Cademia
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.
Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá.
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.
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Poeta niversitário
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.
Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.
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Se um dotô me perguntá
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficá,
A minha resposta é esta:
_ Sem a rima,a poesia
Perde arguma simpatia
E uma parte do primô;
Não merece munta parma,
É como o corpo sem arma
E o coração sem amô.
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Patativa do Assaré Rio,15 de maio de 2009