A realidade social dentro da escola

Acredito que, entre os muitos temas que abrangem o social, o desemprego seja o mais sério, pois é a partir dele que muitos outros surgem. É como uma bola de neve que tende a aumentar e tornar-se cada vez mais gigantesca, chegando às vezes a proporções absurdas.

Quando um pai de família está desempregado, surge a “bebedeira” para esquecer os problemas. A bebida leva à violência doméstica, à exploração do trabalho infantil, à fome e assim, conseqüentemente há a desestruturação familiar.

Se frente ao alto escalão de executivos, paira o medo do desemprego e da recolocação, quem dirá frente à carência da população, que não possui qualificação exigida pelo mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente Assim engrossam-se as fileiras de “procuradores de emprego”, que andam tal qual mendigos de porta em porta, dia após dia, procurando a chance de subsistir.

Aparecem assim as políticas públicas de ajuda à população carente como o “Bolsa Família”, “Vale gás”, entre outras, que acabam por falsear a realidade e iludir as pessoas, que acabam por se contentar com o pouco que recebem e sobrevivem dia-após-dia, esperando que algo de bom aconteça. Pura ilusão, que serve para a promoção política e é placebo para todos os que precisam de solução rápida.

Em um Currículo onde exista abertura para se discutir temas sociais, basta o professor fazer perguntas referentes à realidade dos alunos para que ela apareça de forma clara e latente em sala de aula. Depois do conhecimento dessa realidade, aí sim, deve-se abordá-la diretamente com os alunos e pais, tendo em vista sempre o que for de âmbito educacional e fazendo encaminhamentos quando forem necessários: ao Conselho Tutelar, à Assistência Social, ao serviço de Psicologia entre outros.

A Prefeitura, o Estado ou até mesmo a própria escola podem e precisam aderir ao ditado: “é melhor não dar o peixe, mas ensinar a pescar”, e assim promover cursos de Alfabetização de Adultos, Inclusão Digital, Panificação Artesanal, Artesanato e outros profissionalizantes, para que a comunidade possa obter condições de se qualificar e se candidatar as vagas disponíveis no mercado de trabalho, podendo até mesmo trabalhar por conta própria.

A educação é sem dúvida a porta de entrada para o mundo da igualdade social. É através dela que o sujeito se vê como membro da sociedade e se aceita como parte integrante e fundamental para o seu desenvolvimento. A partir do momento em que o indivíduo se sente capaz de ser dono do próprio destino e vê a possibilidade de sonhar e realizar seus sonhos é que o país cresce e se desenvolve.

Cláudia Marques
Enviado por Cláudia Marques em 19/05/2009
Código do texto: T1603328
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