Edion Fagnani

Foram mais de 15 anos de presença firme e determinada na praça. Todos o conheciam e incluo-me naqueles que admiram sua determinação para que a tradicional Banca do Livro Espírita permanecesse aberta diariamente.

Sim, “Seu Fanhani”, como todos pronunciávamos seu nome, foi o responsável direto, com sua dedicação e perseverança, para o funcionamento da Banca nos últimos quinze anos (ou mais?).

Usando um banquinho de madeira para sentar-se, distribuindo mensagens impressas e atendendo a todos com informações de todo gênero (e aí inclui-se localização de ruas, locais, pessoas, horários, etc) e mesmo construtivos diálogos com pessoas que procuram igualmente orientações, indicações de livros, horários de funcionamento das instituições espíritas da cidade, além dos encontros de amigos que ali encontravam um porto seguro de paz e harmonia, sua presença será lembrada por bom tempo por aqueles que o conheceram.

Conheço o amigo Fanhani há bom tempo. Companheiro sempre presente nas costumeiras reuniões da antiga UNIME (União Intermunicipal Espírita), atualmente USE (União das Sociedades Espíritas), estava sempre de posse das informações do movimento mensal da Banca. Falava sobre estoque de livros, venda mensal, solicitava voluntários, argumentava sobre o funcionamento, falava de suas dificuldades, mas estava sempre presente.

Mas não é só isso. Muitas feiras do livro, realizadas antes na praça e depois na Prefeitura, contaram com sua presença determinada, dedicada. Era ele também que cuidava das finanças, pagava as duplicatas (com pontualidade muito organizada), depositava cheques e valores, tudo controlando com amor no que fazia.

Quantas pessoas foram beneficiadas com sua presença? Impossível citar.

Quantas bênçãos do conhecimento foram possíveis de serem distribuídas pelo simples fato da Banca funcionar? E a Banca só funcionava porque ele estava lá...

E era muito agradável a cada reunião da USE, seja na sede do Thereza Perlatti ou em outras instituições da cidade, ou mesmo em outras cidades, encontrar a força e a firmeza do Fanhani... E sempre alegre, disposto, feliz...

Por outro lado, quem já não foi ao Verdade e Luz, na Rua General Izidoro?

Lá estava ele, no alto da escada a receber as pessoas e a distribuir mensagens.

Meu pai trabalhou em Jaú durante quase 30 anos. Ficaram amigos, conheceram-se. E estavam sempre juntos. Permutavam impressões, faziam-se portadores mútuos de recados e encomendas durante meu exercício de Presidência da USE para as providências com relação ao movimento espírita regional.

Particularmente tenho muito a agradecer ao amigo Fagnani. Ajudou-me muito no exercício da Presidência da USE. Possibilitou-me exercer o cargo, facilitando-me a tarefa. A Banca funcionando (sem preocupações, pois ele a dirigia com competência), cumprindo sua função e permitindo que a USE caminhasse com suas demais atividades, sem causar qualquer preocupação.

Penso que a região muito lhe deve. Mas também a cidade de Jaú, independente do aspecto específico espírita da presença da Banca na praça. É que Fagnani construiu uma história em Jaú. Foram anos de dedicação, de presença! Mais do que divulgar o Espiritismo através do livro, foram anos de utilidade pública no centro de Jaú. Foram anos de amizade, de bem estar, de contribuição para a paz em favor de toda a coletividade jauense.

Tombou o corpo, perecível. Mas permanece o amigo! Sim, permanece o ideal, o exemplo, a dedicação. Permanece nossa gratidão e lembrança carinhosa!

Obrigado, Seu Fanhani! Receba nosso abraço de saudade e gratidão.

Fique tranqüilo. A Banca permanecerá aberta. Seus anos de dedicação frutificaram em exemplos de continuidade. Continue sua jornada. Naturalmente que a vida agora lhe reserva novas tarefas. Receba antes, porém, as bênçãos dos anos de determinação e perseverança.

Meu abraço, meu amigo!

Orson
Enviado por Orson em 22/05/2006
Código do texto: T160665