QUANDO O CÃO ATENTA...

O homem de bem não consegue viver bem. Quando ele está feliz e julga que todas as coisas estão seguindo no rumo certo, vem o cão e lhe cutuca as costas, lhe assanha o juízo e lhe faz pensar em cometer as atrocidades maiores.

Porque ser pacífico é, até certo ponto, bom para o ser humano, mas certas coisas acontecem mesmo para nos tirar do sério e nos levar a crer que para acabar com a vio-lência no mundo, só com muita porrada.

E não é que ele, o cão, está mexendo com meus bri-os, logo eu, que nasci para apanhar, mas que não abro mão de uma boa briga. Logo eu, que apesar de fracote, sou mais atrevido do que ele, o cão, chupando manga.

Sou de paz e até pacificador, mas, pela caridade, não me tire do senso normal, isso é muito ruim, para mim e para quem o faz.

Não direi ao caro leitor, por enquanto, do que se tra-ta, não vou envenenar-lhes com a minha ira. Não dividirei com vocês este mal que me toma agora, porque o bom mesmo é ser bom, mas muitos se aproveitam da bondade de muitos de nós para confundir atitudes.

O bom mesmo é pensar que tudo isto vai passar, mesmo que não passe, é tomar uma boa lapada de cana, não sem antes, oferecer uma para o santo protetor, que é mais forte do que eu, para que ele, apazigúe meus pensa-mentos e leve estes pensamentos ruins para o quinto dos infernos, se é que ele pode.

De qualquer forma, informo que, este minha cara de besta, esconde um cearense velho arretado, que não abre um palmo diante de uma briga, que não tem medo de cara feia de gente grande, porque, como diz o dito popular: quanto mais alto o homem, maior o tombo”... tenho dito.

Caio César Muniz
Enviado por Caio César Muniz em 22/05/2009
Código do texto: T1608265
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