Escola: um lugar de quê?

Sempre me deparo com algum texto alusivo à educação e suas implicações.Em todos eles há uma correlação estreita com a situação de violência que assola o país. Os "experts" no assunto atribuem ao sistema educacional deficitário a responsabilidade quase que total pelo estabelecimento da barbarie social. E os entendidos de plantão , salvo algumas exceções, são economistas, engenheiros, arquitetos, mestres e doutores em vários assuntos ,que nunca "vivenciaram" a rotina de uma escola, muito menos de uma escola pública.Aí a crítica fica sem respaldo no mínimo humanitário. Há ainda quem afirme em alto e bom som que tudo que é privado é melhor.Em educação então, meu Deus! O sonho da classe média é colocar os filhos a quilômetros de distância de uma escola pública, pois lá só existem professores relapsos, despreparados e alunos de má índole, que não aprendem. Que lástima que esse pensamente classemediano ainda persiste.Com isso, tantos os "educadores de gabinete" como as famílias se esquecem de fazer uma associação simples. Se a educação pública é para todos, é inclusiva, e a particular é para minoria, e se a violência é conseqüência de uma má escolaridade, é óbvio que todos deveriam defender com unhas e dentes o sistema público, pois se todas as crianças e jovens estiverem na escola o maior tempo possível, pouco tempo existirá para a prática da violência.Então o que deveria existir não é uma crítica vazia, inconsistente, sem conhecimento de causa.Mas sim, um gesto de solidariedade incondicional ,que colocasse qualquer brasileiro, independentemente de sua posição social ,em defesa do sistema público de ensino.

Mas vale ressaltar também, que tanto a escola pública quanto a particular, persistem numa falha absurda.Nem mesmo a constatação de que só o conteúdo administrado nas escolas não é suciente para uma mudança de postura do aluno fez com que as instituições escolares repensassem suas atribuições e colocassem como prioridade a formação para a cidadania. O ensino dos valores morais e éticos, a discussão de questões políticas, a análise dos problemas sociais e outros temas afins, deveriam ser essenciais para que os educandos assimilassem conteúdos ressignificados e enriquecidos .Assim, as escolas formariam cidadãos para a vida, seres pensantes, críticos, capazes de contribuir de forma inequívoca para uma sociedade mais justa e menos violenta.E nesse quesito, pasmem! A escola pública tem muito a ensinar, pois apesar da adversidade, é inclusiva e tenta fazer a diferença, trabalhando com todos, tenham eles qualquer deficiência física ou psicológica
amarilia
Enviado por amarilia em 25/05/2009
Reeditado em 08/01/2013
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