Goiatuba - "Resumo da sua história parte I "

O município de Goiatuba

Aspectos Físico do Município

O município de Goiatuba pertence à microrregião homogênea Vertente Goiana do Paranaíba, com uma população de 31.225 mil habitantes (IBGE junho/2007). Localiza-se entre os paralelos 17º 46’ 48” de latitude sul e os meridianos 49º 10’ 00” e 50º 18’ 00” de longitude oeste. A sede do município localiza-se a 18º 00’ 48” de latitude sul por 49º 21’ 30” longitude oeste, a uma altitude média de 783 metros acima do nível do mar e as encostas altimétricas variam de 400 a 850 metros com uma altitude média de 485 metros acima do nível do mar. Limita-se ao norte com os municípios de Vicentinópolis, Joviânia e Morrinhos; ao sul, com os municípios de Castelândia, Bom Jesus de Goiás, Panamá e Itumbiara; a leste com Buriti Alegre e a oeste com Porteirão. A área atual do município é de 2.475,107 Km2 ou seja, 247.510,7 hectares (51.138 alqueires e 57 litros) contando atualmente com o distrito de Marcianópolis, povoado da Serrinha e quatro aglomerados denominados de Posto Alvorada, Rochelândia, Santo Antônio e Venda Sêca.

O município de Goiatuba desmembrou-se de Morinhos em 21 de janeiro de 1.931 com uma área de 4.742,107 Km2.

Vejamos o teor do documento enviado ao Governador de Goiás em 30 de dezembro de 1930

"Illmo. e Exmo. Snr. Dr. Pedro Ludovico Teixeira

D.D. Interventor Federal de Goyaz

Os eleitores abaixos assignados, residentes no districto de Bananeiras, termo e comarca de Morrinhos, neste estado, conscientes de que no patriótico governo de V. Excia, as justas aspirações do povo são sempre bem recebidas e satisfeitas, vem os mesmos em sucintas palavras prestar os seguintes informes: O florescente e prosperoso districto que tem a felicidade de habitar, pelas suas especialíssimas condições de prosperidade; uberdade de seu dedivoso e previlegiado solo, desenvolvida pecuária, etc; faz jus de se tornar autônomo desmembrando-se definitivamente o seu território do município de Morrinhos.

O território pertencente a esse districto, respeitando os seus antigos limites, constitui cerca de um terso da superfície de todo o município de Morrinhos, que é sem dúvida um dos mais vastos do Estado em extenção territorial e sua população calculada em pouco mais de nove mil habitantes, corresponde aproximadamente a um terço da população total deste município. Soffrendo o município de Morrinhos o desmembramento do território deste districto, ainda ficará com exellente renda capaz de fazer face as suas despesas, não só considerando a vastidão do seu território, como também a densidade da sua população e ainda as suas grandes possibilidades e riquezas naturaes.Também o território a desmembrar-se logo obtenha a sua autonomia terá as sua rendas augmentadas e sufficientes para manter galhardamente os encargos do município. O número de prédios no perímetro urbano é de cento e vinte e oito (128) exclusiveis dezenove (19) casas situadas no subúrbio, em construção existem também diversas. Prestadas as informações acima e enclusos os documentos exigidos pelo o artigo 4 e paragraphos da Lei nº 205 de sete de agosto de 1889 vem os supplicantes solicitar de V. Excia. seja o território deste districto desmembrado do município de Morrinhos, sendo observados os seus antigos limites. Apesar das melhores relações de amizade e melhor acatamento e respeito, que os signatários desta, cultuam pelos illustres chefes liberaes de Morrinhos, é perfeitamente justificável esta atitude, que, por certo só tem escopo alcançar para este futuroso districto a maior soma possível de benefício. Tendo o povo de Bananeiras, nas linhas acima, manifestado à V. Excia. as suas pretenções, por ser de justiça, espera confiantemente que o appello que ora faz ao patriotismo de V. Excia. seja attendido. Alem dos eleitores assignam esta, cidadãos em condições de se alistarem eleitoralmente na primeira oppurtunidade.

Bananeiras 30 de Dezembro de 1930.

Assinados. . ."

Em 1958 desmembra e emancipa Joviânia com 455 Km2. Em 1.963 emancipou Bom Jesus com uma área de 1.208 Km2 e em 1.995 emancipou o Distrito de Porteirão com uma área de 604 Km2. Atualmente o município de Goiatuba conta com uma área de 2.475,107 Km2 de pura fertilidade.

Distante 173 km da capital, a geologia do município é formada por estruturas do pré-cambriano representado pelo complexo goiano. A formação da Serra Geral cobre a maior parte do município.

O relevo é caracterizado por todo o plano ou por ser medianamente dissecado em formas conexas associadas às formas tabulares e amplas. À margem do Rio dos Bois, o relevo apresenta-se plano, sujeito a inundações periódicas devido às dificuldades de escoamento das águas pluviais. Predomina na região o latossolo roxo distrófico e eutrófico. O clima do município é tipicamente tropical quente e úmido, apresentando nitidamente as estações secas e chuvosas. As altitudes do município não provocam modificações marcantes nas médias térmicas. As temperaturas médias variam de 19 º C a 30 º C.

Os lugares de belezas naturais são muitos, mas a exploração ainda é pouca. Esse potencial, característico de quase todos os municípios da nossa região sul de Goisá, reflete-se mais uma vez nas cachoeiras, quedas de água no perímetro rural próximo a sede do município. Moradores das ditas áreas rurais, reafirmam a existência de várias cachoeiras de destaque no entorno da cidade. Elas se situam na fazenda do Zé Doca, outra na fazenda do Antônio Cardoso, no córrego Lajeado fica a cachoeirinha e, a fazenda do Sr. Adevaldes Pereira, também é outra privilegiada. A fazenda Santa Maria, conta com o Brejo do Bezerra. Existe ainda uma cachoeira no córrego Ponte Lavrada, a cachoeira do Macuco, Fazenda Cachoeira e por final, o principal curso do rio que banha o município no sentido norte sul, o Meia Ponte, que nasce no municipio de Itauçu na Serra dos Brandões. Vale lembrar que, pelo ano de 1.732 Bartolomeu Bueno, o filho, ao cruzar este rio nas imediações onde hoje se acha a Usina do Rochedo, o bandeirante valeu-se de duas toras de madeira como travessia. Ao retornar pela mesma rota só encontrou uma, a outra fora levada pelas correntezas d’água. Com esse fato, usou a expressão “meia ponte” nome que conserva até os dias de hoje.

Alguns pontos geográficos como a Serra do Canastra, sendo também um lugar muito bonito e vale a pena ser conferido. Uma caverna de difícil acesso na Faz. Marimbondo e cinco sítios arqueológicos identificados, dos quais três com material coletado: Fazenda Santana, Fazenda Mata Preta e Fazenda Marimbondo.

Fatos que contribuíram para o desenvolvimento da região

A oralidade histórica conta que:

1.860- Em virtude da facilidade em adquirir terras, pelo seu baixo valor e ótima fertilidade do solo, aos poucos, aqui foram-se instalando os primeiros moradores.

1873- Um decreto do Governo Imperial “Com o propósito de dotar a Província de Goiás de reais condições de transporte ferroviário, visando integrá-lo ao resto do território brasileiro, surge em 1873 um decreto do Governo Imperial para que tal situação seja concretizada. Dessa maneira, o então presidente da província goiana Antero Cícero de Assis, foi autorizado a contratar a construção de uma estrada de ferro para ligar a cidade de Goiás, ora capital, à margem do Rio Vermelho, partindo da estrada de ferro Mogyana.”

1.891- A Constituição de, diz no Art. 3º - “Fica pertencendo à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.000 Km2, que será oportunamente marcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal.”

1.896- Cinco anos após a promulgação da Constituição de 1891, noticia-se a chega da estrada de ferro.

1.909- Inaugura-se a Ponte Afonso Pena na divisa de Goiás com Minas Gerais (Itumbiara).

1.909- Mogyana, os trilhos da Ferrovia Paulista atingiram a cidade mineira de Araguari, é o progresso vindo em nossa direção.

1913- Goiás foi ligado à Minas Gerais pela E.F. Goiás e pela “Rede Mineira de Viação”. Inaugura uma nova fase na história da evolução do Estado de Goiás. “A idéia da Mogiana era alcançar Catalão, em Goiás (daí o nome) e dali seguir para Belém do Pará, coisa que nunca aconteceu. Na verdade, a E. F. de Goiás acabou por construir esse trecho, chegando até Goiânia e Brasília. Em 1915”.

As ferrovias passaram ocupar um papel de destaque, pois vieram contribuir positivamente no escoamento dos produtos aqui cultivados. Como a conseguinte intensificação do povoamento goiano que ligou-se a duas ordens principais: de um lado facilitou o acesso dos produtos goianos aos mercados do litoral, de outro possibilitou a ocupação de vastas áreas da região meridional de Goiás, correspondendo à efetiva ocupação agrícola e pecuária. Desta forma entre outros povoados, viria consolidar-se também a Villa de São Sebastião das Bananeiras.

A Estrada de Ferro Goiás teve a construção iniciada em 1907, sendo inaugurado o trecho inicial de Araguari, MG, a Engenheiro Bethout em 1911. Outros trechos foram construídos, como também recebidas linhas da EFOM, concluindo-se a ligação final com Anápolis em 1935.

Outro fato marcante foi a iniciativa do Padre Marinho, com a finalidade de estabelecer relações comerciais com Minas Gerais e São Paulo, utilizou como referência para fazer uma estrada, o caminho dos tropeiros. Partindo de Campinas (hoje bairro de Goiânia), rumava em direção da região a qual deu o nome de Pouso Alto (Piracanjuba), passando por Morrinhos, daí seguindo até a margem direita do rio Paranayba, chegando até o lugar onde encontrava-se instalado o Porto do Major Camillo, onde mais tarde, deu-se a construção da Ponte Afonso Pena, inaugurada em 15 de novembro de 1.909, ligando definitivamente os Estados de Goiás e Minas Gerais.

Manoel Gabinatti Espósito Espositel

Nascido por volta de 1880, natural de Paracatu-MG, de descendência italiano, concluiu o seminário em Caraça-MG apenas para satisfazer a vontade do pai. No dia em que seria ordenado a padre, recusou seus méritos, pois não era sua vocação. Mais conhecido por Gabinatti, carregava consigo a mania de escolher nome para os lugares, foi seu hábito constante, andar mundo afora. Algumas pessoas diziam que era louco, levava consigo o ônus da "desobediência do pai", ao negar receber a batina quando seminarista? (era o que lhe atribuiam).

Foi contemporâneo de Artur da Silva Bernardes quando este cursava Humanidades no mencionado colégio. Era admirador Francisco Mendes Pimentel.

Pessoas mais idosa, que o conheceram, relataram que Gabinatti apareceu aqui por volta do ano de 1.920, época em que conquistou a amizade de muitos e sugeriu a mudança do nome de Bananeiras. Para muitas pessoas que exerciam liderança no local, Gabinatti afirmava que Goiatuba era uma alusão ao nome do Estado, uma homenagem à lendária tribo indígena dos Goyázes, encontrada pelos bandeirantes em tempo pretérito.

A junção do termo tupi “Gwa yá,” que quer dizer indivíduo igual, semelhante ou da mesma raça e a palavra “tuba,” quer dizer: grande, muito cheio, muita coisa. Gabinatti, sempre que aqui retornava, insistia na mudança do nome, afirmando que: “Aqui não pode mais chamar Bananeiras, tem que ser Goiatuba.” Nada traduziria melhor a cidade que o próprio e curioso significado etimológico: “Gwa yá tuba” - Muitos indivíduos da mesma raça, ou poeticamente como queria Gabinatti: “Onde Goiás é grande”.

Quem conheceu Gabinatti e o acolheu nos últimos dias de vida, afirmou que Gabinatti muito inteligente, possuía apenas algumas manias, mesmo sendo mineiro de Paracatu, não gostava de Minas Gerais. Também ficava irritado quando alguém desmerecia sua capacidade intelectual e foi responsável pelo batismo de outros municípios na nossa região. O memorável andarilho, já antevia o futuro da "Villa de Bananeiras", sabia que o pequeno lugarejo, ainda que possuísse apenas três ruas, resultaria num lugar que despontaria rumo ao desenvolvimento de Goiás. Em 19 de dezembro de 1936, quase dois anos antes da mudança do nome de Bananeiras para Goiatuba, Gabinatti veio a falecer na fazenda Paciência e foi sepultado no Cemitério do Distrito de Tapuirama-MG, a mais ou menos 40 Km de Uberlândia.

Juares Moraes
Enviado por Juares Moraes em 30/05/2009
Reeditado em 30/05/2009
Código do texto: T1623584
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