O PESADELO DOS JUSTOS
Estamos vivendo mesmo os novos tempos, tempos em que mentiras espelham verdades; verdades caem como mentiras. Contar a verdade parece não ter mais a conotação de outrora porque os valores não são mais os mesmos. O tempo todo, o que está em jogo é o interesse pessoal, o favorecimento de alguns e o entorpecimento financeiro do próprio ego.
Não importa se a verdade que será revelada tem base legal ou faça parte das escrituras da magistratura moral; o que importa mesmo é mentir, e com essa mentira, usufruir das benesses que o status de um cargo pode propiciar, ainda que isso cause danos a milhares de vítimas sociais. E a mentira está em todos os cantos, não poupa sequer o mais humilde; talvez a façanha de mentir esteja arraigada na natureza humana - como pregam algumas autoridades eclesiásticas, com o nome de pecado. Por que será tão bom mentir? Mentir eleva o ego, faz a pessoa ser o que quiser e o que jamais poderá ser por plena inconstância de seus atos ou mesmo incapacidade intelectual.
Mentir desperta prazer, é a serotonina dos desajustados, o ópio dos fracos, o pesadelo dos justos, a frieza das autoridades. A mentira, fruto do ato de mentir, é um poder paralelo, uma arma engatilhada, um telhado de vidro, um vírus sem cura. Em mãos erradas, a mentira pode destroçar um inocente e enclausurar os anseios mais íntimos dos justos. Nesse jogo sórdido da desfaçatez e da encenação dúbia de papéis, não há culpados, mas semideuses, cujo poder espelha segurança enquanto cena de uma peça da vida real; mas, se confrontados, logo emergem do lodo e se mostram como realmente são.
E o que é essa tal Mentira? A antagonista da Verdade, que de tão aviltante, deseja tomar o seu lugar, enterrar para sempre as ações motivadoras que submetem milhares ao sofrimento desnecessário, manter intacta a máscara da corrupção, os lobos que se posam de cordeiros. Em todos os momentos enganar, propalar, fustigar ou subverter a verdade é alvo primordial daquele que mente. É como se a pessoa estivesse doente e a cura fosse o inverso de tudo aquilo que ela pratica. Então, como se curar? Não há cura possível para quem se compromete com este assim denominado "demônio", porque para se curar, o antídoto seria escancarar tudo o que lhe apoquenta o coração e lhe apodrece a alma.
Curar-se exigiria retirar debaixo do tapete tudo o que foi escondido em prol de si mesmo; seria, em poucas palavras, devolver a vida a quem já está morto há milhares de anos e em cujo arcabouço não há somente vermes, mas desgraças inúmeras, algumas tão letais, que se de volta à tona, poderiam acometer outras chagas nos corações dos humildes. Assim, algumas mentiras são propaladas como verdades absolutas, certezas incontestes, ainda que estas mesmas mentiras arrastem multidões ao vale das sombras, ao paraíso dos fracassados.
E não há como negar, somos todos vítimas desse mal, talvez porque mentir seja mais prazeroso de que olhar nos olhos do outro, respirar fundo e pedir desculpas por algum erro então cometido. É como se a mentira fosse uma capa, pronta para cobrir uma situação, um desagravo da realidade; porém, esquecemos de que esta capa, muitas vezes tão útil, é sempre mais curta do que aquilo que almejamos manter oculto, assim, a verdade, cedo ou tarde, relampejará no horizonte e tomará seu lugar de direito. É como se estivesse à espreita, aguardando o momento certo para ressurgir e retomar o seu trono.
Mas a mentira é traiçoeira, sempre encontra uma forma de se sobressair, ganhar o respeito das autoridades de índole perversa, que optam sempre pela omissão dos fatos à sua efetiva revelação. Não bastasse, a mentira é como erva daninha, cresce em qualquer canto, idolatra figuras inúteis, desafiando aqueles que acreditam que a verdade é o único meio de o ser se livrar para sempre de todas as suas âncoras.
Para os desavisados, as notas sinfônicas da mentira em nada se parecem com as chamas latejantes da verdade; são traiçoeiras, venenosas e, de tão perigosas, explodem o vício, o desejo por poder, um poder que não tem fim, que não se sacia de modo algum. É a mentira que faz o homem incapaz de enxergar sua alma diante do espelho, apagar o brilho de sua íris, fustigar o desejo por tudo que é crível e passível de acerto. É a mentira que eleva o homem comum à condição de ídolo, um semideus vitimado pelo ego. E é este mal que faz do homem um ser mortal, ardiloso, despreparado para ser amado da forma como havia sido concebido.
Se vista como bem maior, somente a verdade salvaria almas hoje penadas; retiraria o peso das costas daqueles que se submeteram a todo tipo de sorte no jogo da cartolagem rasteira, elevando o próprio ser à imortalidade, condição esta, já desvirtuada pelo desejo de mentir uma vez mais para manter preso à Caixa de Pandora as verdades do mundo. Verdades que, de tão imaculadas, subverteriam o próprio senso da justiça!
Ainda que alguns não acreditem, ao contar a verdade, o homem deixa de ser escravo de si mesmo, afinal, assim como em qualquer conto, um dia a mentira é revelada e acaba a história do sapo que se transformou em príncipe, mas que nunca deixou de ser um SAPO... Então, vale a pena mentir? Infelizmente, nesses novos tempos, qualquer resposta seria dúbia!
Estamos vivendo mesmo os novos tempos, tempos em que mentiras espelham verdades; verdades caem como mentiras. Contar a verdade parece não ter mais a conotação de outrora porque os valores não são mais os mesmos. O tempo todo, o que está em jogo é o interesse pessoal, o favorecimento de alguns e o entorpecimento financeiro do próprio ego.
Não importa se a verdade que será revelada tem base legal ou faça parte das escrituras da magistratura moral; o que importa mesmo é mentir, e com essa mentira, usufruir das benesses que o status de um cargo pode propiciar, ainda que isso cause danos a milhares de vítimas sociais. E a mentira está em todos os cantos, não poupa sequer o mais humilde; talvez a façanha de mentir esteja arraigada na natureza humana - como pregam algumas autoridades eclesiásticas, com o nome de pecado. Por que será tão bom mentir? Mentir eleva o ego, faz a pessoa ser o que quiser e o que jamais poderá ser por plena inconstância de seus atos ou mesmo incapacidade intelectual.
Mentir desperta prazer, é a serotonina dos desajustados, o ópio dos fracos, o pesadelo dos justos, a frieza das autoridades. A mentira, fruto do ato de mentir, é um poder paralelo, uma arma engatilhada, um telhado de vidro, um vírus sem cura. Em mãos erradas, a mentira pode destroçar um inocente e enclausurar os anseios mais íntimos dos justos. Nesse jogo sórdido da desfaçatez e da encenação dúbia de papéis, não há culpados, mas semideuses, cujo poder espelha segurança enquanto cena de uma peça da vida real; mas, se confrontados, logo emergem do lodo e se mostram como realmente são.
E o que é essa tal Mentira? A antagonista da Verdade, que de tão aviltante, deseja tomar o seu lugar, enterrar para sempre as ações motivadoras que submetem milhares ao sofrimento desnecessário, manter intacta a máscara da corrupção, os lobos que se posam de cordeiros. Em todos os momentos enganar, propalar, fustigar ou subverter a verdade é alvo primordial daquele que mente. É como se a pessoa estivesse doente e a cura fosse o inverso de tudo aquilo que ela pratica. Então, como se curar? Não há cura possível para quem se compromete com este assim denominado "demônio", porque para se curar, o antídoto seria escancarar tudo o que lhe apoquenta o coração e lhe apodrece a alma.
Curar-se exigiria retirar debaixo do tapete tudo o que foi escondido em prol de si mesmo; seria, em poucas palavras, devolver a vida a quem já está morto há milhares de anos e em cujo arcabouço não há somente vermes, mas desgraças inúmeras, algumas tão letais, que se de volta à tona, poderiam acometer outras chagas nos corações dos humildes. Assim, algumas mentiras são propaladas como verdades absolutas, certezas incontestes, ainda que estas mesmas mentiras arrastem multidões ao vale das sombras, ao paraíso dos fracassados.
E não há como negar, somos todos vítimas desse mal, talvez porque mentir seja mais prazeroso de que olhar nos olhos do outro, respirar fundo e pedir desculpas por algum erro então cometido. É como se a mentira fosse uma capa, pronta para cobrir uma situação, um desagravo da realidade; porém, esquecemos de que esta capa, muitas vezes tão útil, é sempre mais curta do que aquilo que almejamos manter oculto, assim, a verdade, cedo ou tarde, relampejará no horizonte e tomará seu lugar de direito. É como se estivesse à espreita, aguardando o momento certo para ressurgir e retomar o seu trono.
Mas a mentira é traiçoeira, sempre encontra uma forma de se sobressair, ganhar o respeito das autoridades de índole perversa, que optam sempre pela omissão dos fatos à sua efetiva revelação. Não bastasse, a mentira é como erva daninha, cresce em qualquer canto, idolatra figuras inúteis, desafiando aqueles que acreditam que a verdade é o único meio de o ser se livrar para sempre de todas as suas âncoras.
Para os desavisados, as notas sinfônicas da mentira em nada se parecem com as chamas latejantes da verdade; são traiçoeiras, venenosas e, de tão perigosas, explodem o vício, o desejo por poder, um poder que não tem fim, que não se sacia de modo algum. É a mentira que faz o homem incapaz de enxergar sua alma diante do espelho, apagar o brilho de sua íris, fustigar o desejo por tudo que é crível e passível de acerto. É a mentira que eleva o homem comum à condição de ídolo, um semideus vitimado pelo ego. E é este mal que faz do homem um ser mortal, ardiloso, despreparado para ser amado da forma como havia sido concebido.
Se vista como bem maior, somente a verdade salvaria almas hoje penadas; retiraria o peso das costas daqueles que se submeteram a todo tipo de sorte no jogo da cartolagem rasteira, elevando o próprio ser à imortalidade, condição esta, já desvirtuada pelo desejo de mentir uma vez mais para manter preso à Caixa de Pandora as verdades do mundo. Verdades que, de tão imaculadas, subverteriam o próprio senso da justiça!
Ainda que alguns não acreditem, ao contar a verdade, o homem deixa de ser escravo de si mesmo, afinal, assim como em qualquer conto, um dia a mentira é revelada e acaba a história do sapo que se transformou em príncipe, mas que nunca deixou de ser um SAPO... Então, vale a pena mentir? Infelizmente, nesses novos tempos, qualquer resposta seria dúbia!