INFIDELIDADE CONJUGAL

Quando o homem ou a mulher tem uma aventura extra-conjugal, fica caracterizado o ato da infedelidade maior, o qual, em larga medida, culmina com a separação. Para alguns estudiosos da questão essa aventura é o ápice de outras pequenas e constantes infidelidades que vão sendo semeadas ao longo do relacionamento afetivo. Há uma lista enorme delas no nosso cotidiano. Se nos lembrássemos do compromisso que assumimos no dia do casamento, não as praticaríamos. Mas somos muito esquecidos dos pequenos detalhes e assim esses esquecimentos, são como gotículas de água que podem minar um casamento. Quando casamos, prometemos amar e respeitar nossos parceiros e parceiras por toda a vida. É justamente neste quesito que as pequenas infidelidades são cometidas. Conheço um casal que está sempre em guerra porque o marido quer que ela torça pelo time dele, como se isso fosse uma questão de vida ou morte. Encaro como falta de respeito às escolhas individuais...Outra, nos conta que o marido nunca está em casa na hora do jantar para fazer companhia nessa hora tão importante. Ele fica no bar com os amigos e ainda se dá o direito de reclamar porque não foi esperado. Nos finais de semana, os almoços são sempre tarde. Como ele cumpre horário todos os dias, sábado e domingo, nem pensar em cumprir horário...Sei de uma psicóloga, cujo marido desqualificava sistematicamente sua profissão, dizendo que esses profissionais são todos loucos...Não dá para esquecer outras pequenas infidelidades: compromissos marcados e não cumpridos prioridade para a cerveja e não para a família, críticas à família de um de outro, esquecimento de datas importantes, etc, etc...Isso sem contar com as famosas frases deletadoras de qualquer diálogo promissor, como estas: “eu bem que avisei”, “eu não disse?, você não me ouviu”,”eu vou te ensinar” e tantas outras que parecem demonstrar que o parceiro ou parceira são retardados mentais. Essas pequenas infidelidades vão se acumulando em barreiras difíceis de serem removidas e aí, um belo dia, encontra-se alguém que foge desse padrão e então a aventura extra-conjugal é uma válvula de escape dessas armadilhas do cotidiano. Pode haver uma volta, ou não. Depende de uma auto-reflexão, limpa, dolorosa, marcante para colocar as cartas na mesa e tentar reverter o processo, se houver tempo e coragem!

Conceição Gomes