CORPUS CHRISTI
Uma das mais antigas e pomposas tradições
portuguesas,talvez a mais rica e concorrida procissão católica,chegou ao Brasil,tão cheia de pompa e circunstancia,como era na Europa.
Milhares de devotos acompanhavam o pálio que abrigava a Hóstia Consagrada,o Corpo de Deus,numa casula de ouro carregada pela mais alta autoridade da Igreja,naquela comunidade.
Faltar á procissão!?Quem era louco!Desculpas não valiam de nada,participar era uma demonstração de fé,exibição de prestígio da Igreja,alicerçada por séculos de obediência e terror.
Estudiosos falam que começou no século XIII,com um esplendor nunca visto;tropas,fidalgos,cavaleiros,andores riquíssimos,danças,cantos sacros e profanos.
Todas as Corporações estavam ali representadas;depois que D.João I consagrou o reino a São Jorge, a imagem seguia a procissão,montada num esplendido corcel.cercada de oficiais engalanados,o conhecido Estado Maior de São Jorge.
Bichos mansos e selvagens,animais ferozes,dragões,torres,,serpentes,farricocos batendo suas matracas anunciando a festa,desfilavam por Lisboa ,Porto e Guimarães,espalhando terror e respeito.
No Brasil, em 1549,o Padre Nóbrega contava de uma procissão de Corpus Christi “mui solene, artilharia pesada e as ruas mui enramadas,muitas danças,como em Portugal”.
Tanta festa e tanto luxo espantava os estrangeiros e o povinho miúdo achava tudo isso muito aristocrático, mais mundano que sagrado.Muita riqueza e muita demonstração de poder num país de pobres e necessitados;claro que essa,seria uma conversa intra-muros,ninguém queria contas com a Inquisição.
Uma superstição popular ainda resiste falando de um encontro entre Cristo e João. É que se o Corpus Christi,festa móvel,realizada sempre na segunda quinta-feira do mês de Junho,caísse no dia de São João,o mundo se acabaria.E pelo fogo!
No ano de 1943 houve esta terrível coincidência de datas, mas,o mundo não se abalou,tanto que estamos aqui ,ás vésperas de outra procissão.Sem o mesmo brilho nem a mesma pompa e ,certamente,bem menos concorrida.Sinal dos tempos!
Fontes:João Ribeiro
Revista do Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro
João da Silva Campos
Uma das mais antigas e pomposas tradições
portuguesas,talvez a mais rica e concorrida procissão católica,chegou ao Brasil,tão cheia de pompa e circunstancia,como era na Europa.Milhares de devotos acompanhavam o pálio que abrigava a Hóstia Consagrada,o Corpo de Deus,numa casula de ouro carregada pela mais alta autoridade da Igreja,naquela comunidade.
Faltar á procissão!?Quem era louco!Desculpas não valiam de nada,participar era uma demonstração de fé,exibição de prestígio da Igreja,alicerçada por séculos de obediência e terror.
Estudiosos falam que começou no século XIII,com um esplendor nunca visto;tropas,fidalgos,cavaleiros,andores riquíssimos,danças,cantos sacros e profanos.
Todas as Corporações estavam ali representadas;depois que D.João I consagrou o reino a São Jorge, a imagem seguia a procissão,montada num esplendido corcel.cercada de oficiais engalanados,o conhecido Estado Maior de São Jorge.
Bichos mansos e selvagens,animais ferozes,dragões,torres,,serpentes,farricocos batendo suas matracas anunciando a festa,desfilavam por Lisboa ,Porto e Guimarães,espalhando terror e respeito.
No Brasil, em 1549,o Padre Nóbrega contava de uma procissão de Corpus Christi “mui solene, artilharia pesada e as ruas mui enramadas,muitas danças,como em Portugal”.
Tanta festa e tanto luxo espantava os estrangeiros e o povinho miúdo achava tudo isso muito aristocrático, mais mundano que sagrado.Muita riqueza e muita demonstração de poder num país de pobres e necessitados;claro que essa,seria uma conversa intra-muros,ninguém queria contas com a Inquisição.
Uma superstição popular ainda resiste falando de um encontro entre Cristo e João. É que se o Corpus Christi,festa móvel,realizada sempre na segunda quinta-feira do mês de Junho,caísse no dia de São João,o mundo se acabaria.E pelo fogo!
No ano de 1943 houve esta terrível coincidência de datas, mas,o mundo não se abalou,tanto que estamos aqui ,ás vésperas de outra procissão.Sem o mesmo brilho nem a mesma pompa e ,certamente,bem menos concorrida.Sinal dos tempos!
Fontes:João Ribeiro
Revista do Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro
João da Silva Campos