Sobre o Morrer e o Viver...

Assisti hoje a 4 filmes sensacionais que muito me fizeram pensar. Assisti aos filmes “Apocalipse Now”, “O Curioso caso de Benjamin Button”, “Control” e “As Horas”. Os filmes falaram e retrataram de forma sensacional sobre temas bem polêmicos: loucura, homossexualismo, depressão, infidelidade conjugal, suicídio, poetas incríveis, contudo doentes; velhice e seus horrores, a morte. Chorei em três filmes destes os quais mencionei. E todos esses filmes me fizeram pensar muito, principalmente porque em minha cidade está ocorrendo uma verdadeira epidemia de suicídios e de jovens viciados em drogas.

Como nosso começo é diferente do fim! No começo, temos o delírio do desejo e do êxtase do prazer nas coisas, na vida, no prazer sensual. No fim, a destruição de todos os órgãos e o cheiro do cadáver em decomposição. O caminho, do nascimento à morte, é sempre um declive no bem-estar e na alegria. Infância sonhadora, juventude alegre, vida adulta difícil e cheia de responsabilidades e fardos, velhice frágil e em geral lastimável, a tortura da última doença e, finalmente, a morte. Não parece que a vida é um tropeço cujas conseqüências aos poucos ficam óbvias e bem nítidas? Em primeiro lugar o homem nunca é feliz, passa a vida inteira lutando por algo que acha que vai fazê-lo feliz. Não consegue, e quando consegue, fica desapontado: o homem é um náufrago e chega ao porto de seu destino sem mastros e nem cordames. Não interessa mais se ele foi feliz ou infeliz, pois a vida sempre foi apenas o presente, que estava sempre sumindo e agora terminou.

Ao chegar o fim da vida, nenhum homem sincero de posse de suas faculdades racionais vai desejar viver de novo, pois preferirá morrer para sempre.

Vá meu amigo, entre pela madrugada em um cemitério, bata com um pedaço de metal em cada lápide e pergunte aos espíritos lá dentro se gostariam de voltar a viver, e em um coro irrefutável diriam enfaticamente: _Não, jamais queremos voltar a viver.

O que é a vida meus jovens aprendizes da existência? É simples: a vida é a morte sendo evitada e adiada em vão.

Nietzsche disse certa vez que “a fuga do tédio é a mãe de todas as artes”. E por que fugimos tanto do tédio? Por que o tédio é tido como algo ruim? Por que lutamos para afastá-lo de nós a todo instante? Porque o tédio é um estado do qual não conseguimos nos livrar e que vem logo nos mostrar certas verdades que não queremos encarar, verdades desagradáveis sobre a vida: a nossa insignificância, a falta de sentido da vida, nossa inexorável caminhada rumo a velhice e à morte, etc.

Já bem disse Thomas Kempis:”Sempre que me misturo aos homens, fico e sinto-me menos humano”. Claro que há exceções, mas são tão poucas essas exceções. Nós, humanos infelizes, somos tão perseguidos pelo passado e pelo futuro que só podemos passar rapidamente pelo presente. Vocês sabem por que sentimos tanta falta e saudade da maravilhosa infância? Porque ela foi à única época despreocupada, ou seja, sem preocupações antes de termos lembranças tristes do passado, e sermos angustiados e preocupados incessantemente com o futuro.

Mas a morte é necessária, pois se ela não existisse, não teríamos essa paixão ávida pela vida, pelo instante, pelo momento, por querer aproveitar cada instante que a existência nos permite viver. O filósofo Sócrates foi bm claro quanto a isso: “Para aprender a viver bem, é preciso aprender a morrer bem”. Sêneca também acrescentou: “Só quem aceita a morte e está pronto para morrer pode sentir o verdadeiro sabor da vida”.

Como bem disse o genial Nietzsche: “Complete a sua vida. Morra na hora certa. Viva o melhor possível e, só então, morra”.

Você é o seu próprio caminho, você é a sua própria salvação, você é o seu próprio salvador, você é seu próprio motivo e principal sentido de viver.

Pensem bem a respeito disso meus amigos.

Abraços,

Gilliard alves

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 12/06/2009
Código do texto: T1645670
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