MUDANÇAS ECONÔMICAS JUNHO DE 2009

MUDANÇAS ECONÔMICAS JUNHO DE 2009

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

O Brasil em uma nova realidade, como credor no mercado internacional, liberando empréstimo de US$ 10 bilhões ao FMI – Fundo Monetário Internacional, como cita o atual Presidente da República, mostra que o país está com uma economia ajustada. Os investimentos produtivos em maio de 2009 já são o dobro do mesmo mês de 2008.

Quando falamos de investimentos produtivos, são recursos aplicados na produção que geram empregos e riquezas, apenas dois países estão com perspectivas positivas em relação ao índice de confiança do investidor internacional, são eles a China e o Brasil.

A queda da taxa SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia, pelo COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central, para 9,25%, coloca o Brasil nos mesmos patamares de juros da década de 60, porque os juros reais descontados a inflação ficarão na casa de 5%, mas a perda do título de campeão dos juros irá permanecer por mais alguns meses, pois os efeitos da baixa da taxa demoram em média de 4 a 6 meses a chegar ao consumidor final.

Com a taxa de juros no patamar de 5%, a poupança irá pagar mais, porque ela remunera em 6% mais a TR (Taxa referencial que repõem a inflação), o governo precisará pensar rápido em uma mudança nos sistemas de aplicações financeiras do país, para evitar à fuga de capital dos fundos de renda fixa (papéis que rolam a dívida do governo através de títulos da dívida pública), apesar de pressões políticas contra a taxação de impostos nas cadernetas de poupança.

O consumo interno irá impulsionar o segundo semestre da economia, haverá uma expansão de R$ 100 bilhões em virtude do aumento do poder de renda real das famílias brasileiras, além do aumento da oferta de crédito e prazo, diminuição das taxas de juros, dentre outros.

A elevação dos preços dos commodities agrícolas, aliada a boa safra de 2009 com o retorno gradual do crédito e do capital do mercado financeiro internacional, junto com a credibilidade do Brasil no exterior e estabilização da inadimplência, mostram que o país retornará ao crescimento ainda este ano. Esta perspectiva aliada à alta demanda interna fazem um efeito de buscas estratégicas de posições comerciais no Brasil, razão das Megafusões do mercado em 2009.

As medidas anti-cíclicas propostas pelo governo como a redução do IPI tendem a continuar em vários setores até que amenize os efeitos da crise internacional. Fica claro que a queda das exportações permanecerá neste ano, com projeções de queda do PIB europeu (de 4 a 5%) e americano (em torno de 3%), além da queda do dólar até que os ajustes feitos pelo governo dos EUA se coloquem na economia real. Apesar de queda o dólar voltará a subir até o final de 2009 e tende a estabilizar em 2010. A volatilidade da moeda americana preocupa empresas exportadoras, mas ajuda o Brasil na diminuição da dívida externa, provoca aumento das reservas, equilibram a inflação interna por causa da competição com os importados e impulsiona a busca de aumento de eficiência e de qualidade de produtos nacionais.

O crédito é o motor da economia, como está facilitado, permitirá a elevação de consumo a curto, médio e longo prazo, este sem dúvida será o ano da construção civil e da compra de automóveis, sonhos de consumo de muitos brasileiros.

Como as vendas estão aquecidas, o emprego tenderá as áreas que invistam na demanda nacional, permanecendo projeções positivas para os próximos meses.

Apesar do setor de transporte de cargas ter sofrido forte impacto com a crise, em virtude da diminuição das exportações, há a necessidade de preparar-se a nova realidade do segundo semestre de 2009 com o retorno gradual das exportações.

Junho nos mostra avanços no equilíbrio financeiro nacional que é um sintoma positivo para retomada do crescimento da economia brasileira.