MICHAEL JACKSON, SAUDADE E REFLEXÃO

Michael Jackson, um caso de ascensão e queda tão grande como nunca tínhamos visto. Vai ficar na saudade, para a tristeza de milhares e milhares de fãs, a genialidade do grande astro que se foi e como muitos diriam, “tinha tudo pra ser feliz”.

No entanto, de acordo com a mídia e relatos de pessoas ligadas a ele sabemos que ele era uma pessoa depressiva, problemática e infeliz. Esta constatação é muito triste, respeito a dor dos enlutados pela morte dele e antecipadamente me desculpo por aproveitar a oportunidade para abordar um tema que muito o incomodou em sua breve trajetória aqui na Terra, que era a aceitação de seu corpo, da sua imagem. Oxalá agora, Michael Jackson, onde acredito que tua imagem não mais o incomodará, você consiga a eterna felicidade!

Assim como Michael Jackson, muitos de nós supervalorizamos nosso corpo e atribuímos a ele os sucessos e virtudes, fazendo com que a procura por cirurgias estéticas seja a solução para todas as insatisfações do ser humano.

Destarte, o culto à beleza, à boa forma, à estética, borbulham em todos os meios de comunicação, nas grandes e pequenas cidades, nas famílias mais abastadas e nas menos abastadas também.

Nas famílias abastadas de uma forma incansável e cara, se traduz numa corrida atrás de tratamentos milagrosos em clínicas sofisticadas especializadas em metamorfoses.

Nas famílias menos abastadas, de forma deprimente, decepcionante, frustrante, chegando mesmo em alguns casos, a ser motivo de grave depressão, pela impossibilidade do acesso a essa máquina de transformação e a convicção da não aceitação de seu corpo, que difere “daquele corpo” que a mídia expõe como sendo único modelo de beleza. Fato este, presente numa grande parte da população feminina, mas já ganhando muitos adeptos na masculina também.

Infelizmente a realização da própria existência está se dando através do corpo.

A “reforma” do corpo permite que seu dono se vista com diferentes personalidades, buscando a sua aceitação e acompanhando o modismo que muda como um camaleão.

Mas e o interior desse corpo? Quem é você neste corpo? Que papel está desempenhando neste momento? Teu recheio está feliz? Michael Jackson foi feliz?

Muitos não encontraram satisfação alguma após uma cirurgia de reparação porque a reparação foi feita no corpo físico e visível e na maioria das vezes essa insatisfação está alojada na alma.

Através de muitas leituras e reflexões deduzo que a cirurgia reparadora para a alma é aprendermos a gostar de nós mesmos. Quanto mais gostarmos de nós mesmos mais motivados ficaremos para encontrar a tão procurada satisfação.

Façamos mais coisas que gostamos. Aprendamos a valorizar mais os grandes momentos que muitas vezes se apresentam para nós de forma muito simples, como um beijo fraterno, um abraço carinhoso, um alô amigo... e até um simples sorriso.

Vamos valorizar mais a nossa alma. Aquela que cativa, que respeita, que acaricia, que é gentil, que perdoa, que pede perdão, que alegra, que é solidária e que com certeza irá refletir no teu espelho uma beleza que nenhuma cirurgia estética será capaz de realizar.

anamauer/06/07/2009