PROFECIAS MESSIÂNICAS - Texto III

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

PROFECIAS MESSIÂNICAS - (Texto III)

"Do Egito chamei o meu Filho..." - Mt. 3.15.

Desta feita é o profeta Jeremias, cujo livro contém cinquenta e dois capítulos, quem trazemos à cena. Entre os séculos sexto e sétimo antes de Cristo, Jeremias, filho de certo Hilquias que era um dos sacerdotes que habitavam Anatote, na província que pertencia à tribo de Benjamim, nos dias de Josias, rei de Judá, começou aquele a profetizar, por mandado de Deus, que lhe disse ser ele predestinado desde o ventre de sua mãe para esta tarefa. Jeremias, como também Isaías, profetizou durante quarenta anos, até ao quinto mês do exílio da nação de Israel ao cativeiro babilônico.

Deus não se deixa ficar sem testemunho de Si mesmo perante os homens. Usa instrumentos que são humanos, das mais variadas classes, nas mais variadas circunstâncias e nos mais diversos estilos literários. Isaias escreve a maior parte do livro que leva o seu nome, em poesia hebraica, dada a sua intelectualidade, introduzido em ambiente palaciano. Jeremias, porém, é filho de sacerdote e como tal, de uma casta afastada, retraída dada a necessidade do sacerdote e de sua família.

O tom da escrita de Isaias, apesar de poético, é incisivo, enérgico no que tange a recriminar os pecados do seu povo. Jeremias, de outro lado, é brando, lamentoso, identificativo, e escreve com brndura acerca dos mesmos pecados, faltas e omissões do seu povo Israel. Profetisa durante os reinados de Josias, Jeoaquim e Zedequias, uma dinastia que seria última antes do cativeiro. Mas Jeremias é, também, um profeta Messiânico, cognominado em nossos dias: "O profeta das lágrimas". Como em Isaias, as profecias de Jeremias têm também duplo cumprimento, sendo o primeiro deles odierno aos seus dias, no ambiente que o cercava. O segundo cumprimento, porém, em épocas muito distantes, em um futuro longínquo, premonições escritas do que, talvez, nem ele mesmo reconhecia. Pedro, o apóstolo, mais tarde - muito mais tarde - escreveu: "Homens inspirados por Deus falaram movidos, (dinamizados) pelo Espírito Santo" - II Pd. 1.21.

No capítulo trinta e um do livro do profeta Jeremias há uma previsão transformada em júbilo: "De longe, se me deixou ver o Senhor, dizendo: "Com amor eterno eu te amei; por isto com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, ó Israel. Ainda serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam. Virão com choro e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros, por caminho reto em que não tropeçarão; porque eu sou pai para Israel e Efraim é o meu primogênito" ... Assim diz o Senhor: "Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando pelos seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem".

Não consta na história de Israel, que tal lamento tenha sido feito naquela época, nas circunstâncias acima descritas. Mas é Mateus, judeu evangelista, quem interpreta esta profecia de Jeremias: "Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos. Então se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias: "Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando pelos seus filhos e inconsolável porque não mais existem".

Precisão do relógio profético, esta matança, este horroroso infanticídio ordenado pelo rei Herodes, foi mais um dos terríveis eventos da demência dos homens pelo poder e pelo domínio. Mas Jesus foi preservado, porque um anjo advertiu a José, em sonho, que fugisse com Maria e com o menino, para o Egito. Em razão deste expediente, Ele, Jesus - realizada a Sua ressurreição após Sua morte expiatória no calvário - ressuscitou e vive para sempre, à destra de Deus e em nós, pelo Seu Espírito Santo.

Só Jesus.

______O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br