Auto-ajuda ou ajuda ao próximo?

Vivemos hoje uma inversão de valores. Grande parcela da população está numa busca angustiante pelos famosos livros de auto-ajuda. Alguns ainda procuram ajuda nos consultórios dos psicanalistas ou psicólogos, na tentativa de melhorar alguns aspectos de sua personalidade. Pela internet, recebemos mensagens que dizem: fujam das pessoas negativas ou depressivas, pois isso é contagioso e você terminará de baixo astral.

Então pergunto: onde fica a caridade cristã, que aprendemos em nossa formação religiosa? Sabe-se que depressão é um estado patológico, isto é, uma doença. E poderiam dizer que doença se trata com médico e remédios. Mas um doente não precisa apenas de médico e remédios, principalmente o doente depressivo. Este precisa, depois do médico, de uma mão amiga que dele cuide. Essa mão pode vir através de um terapeuta, de um parente, de um amigo. Mas são muito poucos os que se dispõem a sair de seu comodismo para prestar um pouco de solidariedade aos que dela necessitam. As pessoas se isolam cada vez mais, haja vista os apartamentos que se constroem atualmente: quarto e sala. Todos querem sua privacidade, não querem ser incomodados. Antigamente as famílias eram grandes e todos viviam sob o mesmo teto. Os filhos que não casassem moravam com os pais e deles cuidavam até ao fim de suas vidas. Hoje cada um quer seu lugar, e nossos velhos vão ficando cada dia mais sozinhos. Aqueles que têm condições pagam enfermeiras caríssimas que se revezam a cada vinte e quatro horas. Os que não têm ficam abandonados à própria sorte.

Façamos nosso exame de consciência e procuremos ajudar de uma maneira mais efetiva aquele que está ao nosso lado, seja pai, mãe, irmão, tio ou simplesmente amigo. Certamente nossa conta com Deus terá um saldo positivo.