Sonho

SONHO!?

Em Brasília o sol nasce mais cedo, mesmo sendo estações de chuva, ví o brilho nas frestas da janela do quarto de apartamento na Octogonal 7 pude, sentir os beija-flores voando de flor em flor, raiara o dia em que a noite tinha sido estafante, meu corpo cansado e a coragem? Havia se esvaído do corpo. Gostaria de alí ficar, permanecer indefinidamente até que se findasse o meu vaticino, a vida, à volta, o nosso lugar, a sinfonia do silencio misturando-se aos ruídos, volta e meia a me atormentar... O desejo de sair da vida pelo resplandecente raio de sol que jorrava timidamente em um céu agora cinza como as grandes chaminés de Guarulhos, largando no ar, nuvens de esperança, lágrimas e suor.

Escondi a minha cabeça no suave travesseiro e cerrei os olhos como se quisesse fazer parte daquele mundo, no entanto, e fazia mais não estava alí, naquela confortável cama, jazia um corpo preso a padrões da sociedade de um homem sofrido que abdicara a própria vida e lançara-se a uma aventura insólita não pelos mares do sul mais por mundos jamais imaginados...

A velocidade, a viagem, o vôo nunca alçado por um mortal, levou-me a mentalizar o passado, rever o presente e, finalmente pensar no futuro sem projetar, afinal apreendera que na vida ou na morte somos cúmplices de uma vida e companheiros da eternidade. Acordei, abri as janelas e não havia colibris, somente arvores, frutos e um céu azul distante encobriam um tímido sol e um tempo repleto de névoas, brumas sobre a vegetação rasteira dos cerrados e, que ameaçava chover.