As novelas e suas implicações na sociedade brasileira
Que o Brasil é o país das novelas todo mundo já sabe.Desde que a televisão chegou por aqui, o produto mais consumido pelos telespectadores é o folhetim em capítulos.Esse adestramento cultural vem ,pois ,de longa data.De lá para cá,muitas histórias se tornaram inesquecíveis e ganharam mundo afora, transformando-se no enlatado tupiniquim mais conhecido em vários outros países, das mais diversificadas culturas.E confesso que sempre fiz parte desse enorme contingente que acompanha diariamente as peripécias de mocinhas, galãs, vilãs e bandidos da ficção.Inclusive penso que muitas novelas já colaboraram e ainda colaboram para a sensibilização do povo em relação a sérios problemas sociais e mudaram para melhor a vida de muitas pessoas.Mas, benesses à parte, impossível não mencionar os vários desserviços que tais histórias televisivas provocam.Vamos aos exemplos.Em plena crise financeira,que vem causando desemprego e arrocho salarial, a novela das seis tem como merchandising empresas que prometem empréstimos a juros baixíssimos, incentivando todos a comprarem sem problemas, a realizarem seus sonhos de consumo.E aí são as personagens que se tornam garotos-propaganda, sem nenhum pudor.Enquanto isso, na novelinha teen, uma escola surrealista tem uma imensa quantidade de alunos que vivem em crise existencial.Quase todos parecem "filhos de chocadeira", pois suas confusões,sempre ligadas a problemas de ordem afetiva ( os sem-família, os sem-namorado,os sem-amigos, os sem-trabalho, etc) aparecem a todo momento e os pais, quando não incentivam o mau comportamento, não existem na trama.Sem contar que a relação entre professores e alunos é, na maioria das vezes ,equivocada.Parece que todos são colegas, têm a mesma idade.Cadê a autoridade? Será que sua importância saiu de moda e não me avisaram?E o que dizer da erotização infantil?De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) até os doze anos uma pessoinha é criança, a partir daí, passa a ser adolescente e pode ser responsabilizada pelos atos infracionais que vier a cometer.Mas, antes dessa idade-limite, a criança,de acordo com o que aparece na mídia, já está praticamente apta ao namoro.A menininha copia os trejeitos da mulher fatal, já usa roupas bem sensuais e...absurdo! frequenta baladas e outros lugares.E o que dizer da quantidade de párias que aparecem nas historinhas? As ocupações são meramente mencionadas, trabalho que é bom...Assim temos advogados, médicos, esteticistas, professores, que quase nunca pegam no batente e passam os dias falando da vida alheia, trombando nos bares da esquina ou se encontrando na gafieira à noite,pois afinal ninguém é de ferro.As personagens que se dizem estudantes, quando muito, pegam nos livros no primeiro capítulo e nos demais procuram algo, digamos ,mais interessante para fazer .E a gurizada assistindo a esse laissez-faire sem nenhuma orientação, dá para imaginar o estrago,não é mesmo?
Acredito que as novelas devem primar pelo bom conteúdo.Há que se ter cuidado com o que é veiculado na telinha.Um país com distorções imensas como o nosso, onde a educação de qualidade ainda não é para todos, é necessário que todos se sintam co-responsáveis pela formação de quem ainda não pode fazer suas próprias escolhas.Muita coisa boa vem dos folhetins, mas muito lixo vem junto.Que os autores continuem usando esse modelo de forte apelo popular para resgatar,além do entretenimento sadio, um novo modelo de país, com cidadãos conscientes e esclarecidos.
As famílias, as escolas e a nação como um todo agradecem.
Que o Brasil é o país das novelas todo mundo já sabe.Desde que a televisão chegou por aqui, o produto mais consumido pelos telespectadores é o folhetim em capítulos.Esse adestramento cultural vem ,pois ,de longa data.De lá para cá,muitas histórias se tornaram inesquecíveis e ganharam mundo afora, transformando-se no enlatado tupiniquim mais conhecido em vários outros países, das mais diversificadas culturas.E confesso que sempre fiz parte desse enorme contingente que acompanha diariamente as peripécias de mocinhas, galãs, vilãs e bandidos da ficção.Inclusive penso que muitas novelas já colaboraram e ainda colaboram para a sensibilização do povo em relação a sérios problemas sociais e mudaram para melhor a vida de muitas pessoas.Mas, benesses à parte, impossível não mencionar os vários desserviços que tais histórias televisivas provocam.Vamos aos exemplos.Em plena crise financeira,que vem causando desemprego e arrocho salarial, a novela das seis tem como merchandising empresas que prometem empréstimos a juros baixíssimos, incentivando todos a comprarem sem problemas, a realizarem seus sonhos de consumo.E aí são as personagens que se tornam garotos-propaganda, sem nenhum pudor.Enquanto isso, na novelinha teen, uma escola surrealista tem uma imensa quantidade de alunos que vivem em crise existencial.Quase todos parecem "filhos de chocadeira", pois suas confusões,sempre ligadas a problemas de ordem afetiva ( os sem-família, os sem-namorado,os sem-amigos, os sem-trabalho, etc) aparecem a todo momento e os pais, quando não incentivam o mau comportamento, não existem na trama.Sem contar que a relação entre professores e alunos é, na maioria das vezes ,equivocada.Parece que todos são colegas, têm a mesma idade.Cadê a autoridade? Será que sua importância saiu de moda e não me avisaram?E o que dizer da erotização infantil?De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) até os doze anos uma pessoinha é criança, a partir daí, passa a ser adolescente e pode ser responsabilizada pelos atos infracionais que vier a cometer.Mas, antes dessa idade-limite, a criança,de acordo com o que aparece na mídia, já está praticamente apta ao namoro.A menininha copia os trejeitos da mulher fatal, já usa roupas bem sensuais e...absurdo! frequenta baladas e outros lugares.E o que dizer da quantidade de párias que aparecem nas historinhas? As ocupações são meramente mencionadas, trabalho que é bom...Assim temos advogados, médicos, esteticistas, professores, que quase nunca pegam no batente e passam os dias falando da vida alheia, trombando nos bares da esquina ou se encontrando na gafieira à noite,pois afinal ninguém é de ferro.As personagens que se dizem estudantes, quando muito, pegam nos livros no primeiro capítulo e nos demais procuram algo, digamos ,mais interessante para fazer .E a gurizada assistindo a esse laissez-faire sem nenhuma orientação, dá para imaginar o estrago,não é mesmo?
Acredito que as novelas devem primar pelo bom conteúdo.Há que se ter cuidado com o que é veiculado na telinha.Um país com distorções imensas como o nosso, onde a educação de qualidade ainda não é para todos, é necessário que todos se sintam co-responsáveis pela formação de quem ainda não pode fazer suas próprias escolhas.Muita coisa boa vem dos folhetins, mas muito lixo vem junto.Que os autores continuem usando esse modelo de forte apelo popular para resgatar,além do entretenimento sadio, um novo modelo de país, com cidadãos conscientes e esclarecidos.
As famílias, as escolas e a nação como um todo agradecem.