"PAIS SEGUROS... FILHOS ADOLESCENDO"
Existem pais que dizem confiar em seus filhos adolescentes, por conta da educação que deram durante a infância e por isto, os mesmos podem assumir sozinhos a responsabilidade de decidir como viver, aonde ir, até que horas ficar, etc...
Mas, será que estes pais acreditam e tem consciência do que dizem?
Vale lembrar que para adolescentes adquirirem a tal “responsabilidade”, é imprescindível a existência de certo tempo de adaptação, que varia nesta fase da vida, uma vez que além das transformações peculiares a esta fase (hormonais), existe um despertar sexual que denuncia um desejo, um erotismo que demonstra imensa dificuldade para lidarem, conviverem com tudo isto.
Então, o adolescente quer urgentemente crescer o mais rápido possível, desconsiderando a necessidade de um processo de aprendizagem que geralmente é gradual, e depende do tempo de cada um.
Apesar de não demonstrar, adolescente necessita do amor e da presença dos pais, até mesmo dos cuidados aparentemente simplórios, excessivos e paralelamente a tais necessidades, ele vai questionando e desafiando os valores, os princípios, a educação que recebeu os tipos de relacionamentos que possuem com seus pais e com o mundo.
Adolescente quer e necessita ADOLESCER de maneira saudável, faz parte do crescimento discordar, afinal ele precisa encontrar um modo próprio de viver com os outros e de conviver consigo.
Porém, ele necessita acima de tudo sentir que não está sozinho, que continua sendo amado pelos pais, apesar de muitas vezes as discussões e conflitos serem inevitáveis.
Há que se garantir que são divergências recheadas de amorosidade e que se trata de algo oposto ao abandono, uma vez que a liberdade descontrolada nada auxilia a conquista da autonomia pelo adolescente.
Pais seguros seguem amorosamente seu caminho ao lado de seu adolescente, sem esquecer a firmeza e autoridade, sem medo de perder seus filhos; pois infelizmente, algumas vezes, é o que acontece em nosso mundo contemporâneo.
Ao acompanhar as conquistas do adolescente, ao administrar cada vez melhor as diferenças, ao notar qualquer solicitação de proteção e/ou carícias, cabe aos pais mostrarem-se disponíveis para ouvir ou até mesmo emitir sua opinião, sua forma de pensar. Assim, com respeito e atenção às necessidades do adolescente, fica mais fácil abrir espaços para diálogos francos diante dos inúmeros problemas, dúvidas e divergência de opiniões.
Esta é uma das formas que se pode fazer uso para compartilhar com seu filho a conquista de poder e controle de sua vida adulta.
Lilian Nakhle
Psicoterapeuta/Psicopedagoga
Livros Publicados: “Anjos não tiram férias” e “Céo, o anjinho”