EPISÓDIO SARNEY!

“NÓS PODEMOS TUDO, MAS NEM TUDO NOS CONVÉM”

Foi o Apóstolo Paulo quem, com muita propriedade há quase dois mil anos, sintetizou tal abrangente norma de conduta.

Mais recente, poeticamente, Fernando Pessoa enfatizou proposta de igual porte: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Pensando nos milhões ou bilhões de anos de evolução cósmica e planetária, a experiência humana e suas intrínsecas complexidades acumulam tempo pouco representativo. Porém, suficiente para produzir seres de mentes verdadeiramente iluminadas.

Que maravilha, somos partes de um mistério surpreendente!

Nosso planeta Terra que para alguns formou-se a partir de acasos excêntricos e conjugações aleatórias, enquanto para outros encerra mais uma materialização de um mega-projeto, esse mesmo planeta tão maltratado direta ou indiretamente pela grande maioria, vive um momento de extrema significância para nós ,coadjuvantes habitantes.

Neste contexto, o Brasil vive um paradoxo : enquanto o mundo, assustado com os percalços da crise financeira vê-se às voltas de como sair de tal catástrofe, ouvimos reiteradas vezes por diversos especialistas, e isso vem se confirmando, que o Brasil é o país que menos se abalou e é aquele que primeiro vai se estabilizar.

Com este cenário favorável, voltemo-nos aos poderes supremos da nação. Tristes, lamentáveis as deprimentes cenas protagonizadas por alguns daqueles equivocadamente lá colocados e igualmente referenciados como “Vossas Excelências”.

Deixando para um outro momento reavivar os prejuízos acumulativos amargados pela nação por mera conseqüência de atitudes criminosas, orquestradas e cometidas por políticos partidários do “slogam”: “ Rouba mas faz”; relembremos somente os casos ocorridos a partir do fatídico “Mensalão” .

Bastaria acessar os exemplares das principais revistas semanais que acompanham e denunciam os fatos desenrolados nos cenários políticos da nação, para concluir: lá temos dossiê suficiente o bastante para colocar atrás das grades, grandes e menores autoridades de diversos escalões bem como empresários desonestos e repatriar , aos cofres públicos, bons milhões.

Pois bem, como se isso fosse pouco, e o que vem em seguida é mera conseqüência, assistimos nesses últimos dias a uma das mais deploráveis e vergonhosas demonstrações de desrespeito para com a nação – referimo-nos ao episódio “José Sarney” .

Justiça seja feita: o Sarney é só mais um daqueles muitos “outros” que, descaradamente e aos olhos da “justiça”, vem transferindo e transformando recursos públicos em bens particulares.

É óbvio que assim garantem, à sua prole e apadrinhados, longevidade nos saldos bancários positivos, gerando patrimônios suficientes para desfrutar de tudo quanto o mundo “moderno” oferece e estimula ao consumismo com total ausência de critérios e valores.

Bem, não vamos mudar de assunto, até porque a minha intenção é resumir o que penso e assumir a minha culpa, como cidadão, por ter ficado calado e inerte até então: minha decepção fez-se ainda maior , ao constatar que desde o tal episódio “mensalão” até essa terrível semana protagonizada por integrantes do Senado Federal, vejo o Presidente do País com seus “políticos aliados” engajados, vergonhosa e descaradamente, saírem em defesa dos principais envolvidos nas deslavadas falcatruas e objetos de denúncias.

Estou decepcionado e sinto-me no direito de externar meu ponto de vista, pois além de ser cidadão, votei por duas vezes no PT, principalmente no presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Acreditei naquele ex- operário que muito pouco produziu como operador de torno. É óbvio que tal falta de produção não foi por carência de inteligência ou potencialidade. Também é óbvio que, como presidente da República , tem aplicado suas habilidades natas, já suficientemente aprimoradas por suas experiências e convívios, como também com aqueles pobres de escrúpulos, para assegurar-lhe metas e interesses pessoais permeadas de graves faltas que, mais cedo ou mais tarde, haverão de vir à tona. Só que, quando tudo for descoberto, mais um excelente momento foi desperdiçado e a nação, outra vez, seriamente dilapidada. O verdadeiro salto de qualidade que então deixaremos de galgar, custar-nos-á mais precariedades, desde os setores básicos como saúde, educação e transportes até aqueles tantos outros direitos garantidos pela Constituição e descaradamente negados à grande massa popular.

São muitos os sofrimentos e as injustiças a que submetem o povo. Quantas são as famílias a assistirem o partir prematuro de seus entes queridos! Uns perdem-nos pela doença já causada pela ignorância somada à falta de recursos elementares como saneamento básico e estruturas de saúde. Outros os perdem em acidentes nas muitas precárias e assassinas estradas abandonadas que, além das mortes, respondem por vultosas somas de valores despendidos em consertos e substituição dos veículos de transporte. Por fim expõem-se a brutal criminalidade. Quantos talentos são abortados pela inacessibilidade aos estudos. São perdas que traduzidas em valores monetários e somados àqueles valores roubados pela grande maioria dos políticos desonestos e que infelizmente e sabidamente é a maior parte deles, com certeza, seriam suficientes para construir uma verdadeira nação para o povo Brasileiro.

Também é bom lembrar que toda essa farra com o dinheiro público acontece em todos os níveis políticos, começando pelo mais ingênuo vereador daquela mais humilde cidadezinha do interior.

Como se tudo isso fosse pouco, assistimos a um continuo empobrecer do patrimônio mais nobre, do qual muito poderemos vir a carecer admitindo existir uma meta maior, o aprimoramento das nossas essências, aquele algo mais que ainda por falta de entendimento específico define-se como alma, espírito...

Tal patrimônio tem na sua base a dignidade humana. As famílias com suas peculiaridades inerentes às diferentes classes sociais, expostas a mazelas específicas, fragilizam-se com peso diferenciado, com possibilidade de aquelas mais humildes serem duplamente penalizadas.

Na esteira desse empobrecimento, nos diversos meios sociais, seja a principal causa a pobreza material ou o mau exemplo vindo por parte daqueles que assumiram compromissos tão auspiciosos, acarreta mais uma conseqüência: o aumento assustador nas estatísticas que medem o mundo da criminalidade.

Insistindo no ocorrido nesses últimos episódios do Senado, algumas das figuras mais nefastas mostraram literalmente suas caras, cada uma mais assustadora que a outra, tanto pela defesa do errado quanto nos gestos, palavras ( palavrões) e olhares amedrontadores. Basta lembrar os momentos flagrantes quando falavam Collor e Renan Calheiros, tudo observado pela figura e o semblante tão patético quanto bizarro de José Sarney. Aliás, quando somos obrigados a acatar novamente, figuras travestidas de autoridade, com seus conhecidos históricos como Renan e Collor, paira uma conclusão gravíssima: não foi meia dúzia de eleitores que novamente os elegeram, apesar dos pesares.

Que percentagem representam esses eleitores inocentes ou “lesa Pátria”, com total ausência de escrúpulos e ávidos por interesses próprios, em detrimento da nação?

Finalizando proponho:

Imediatamente, antes que se perca o foco, vamos pintar nossas caras desencadeando contínuos protestos nas diversas cidades desse país, exigindo um basta junto com a punição dos culpados e ressarcimento aos cofres públicos.

Ainda em tempo, em relação ao nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinceramente não sabendo o que propor, com todo o respeito, deixo a TESE SOCRÁTICA que afirma: “NINGUÉM FAZ O MAL VOLUNTARIAMENTE, MAS POR IGNORÂNCIA, POIS SABEDORIA E VIRTUDE SÃO INSEPARÁVEIS.”

São PAULO, 10 de Agosto de 2009

José de Oliveira – oliveira.brasil@terra.com.br

RG. 2139710-5

Assistente Técnico / Produtor Rural

José Oliveira
Enviado por José Oliveira em 11/08/2009
Código do texto: T1747976