Copa e o Desafio 2006

É chegado o evento tão esperado por todos. A Copa do Mundo é, sem dúvida, o torneio mais importante para todo esportista. Tanto quanto estes, qualquer outro brasileiro se entusiasma ao ouvir o Hino Nacional e assistir a entrada de seus heróis de chuteira que, por um tempo, serão os representantes de todo pé que deseja driblar os adversários e encontrar o caminho do gol.

Envolve não só o mundo masculino como o feminino também que, alem de já contar com algumas adeptas ao jogo, conta com uma torcida fleumática, embora possa não estar tão familiarizada com as manhas da dinâmica das partidas.

Podemos dizer que durante vários dias os brasileiros se concentram nestes 22 pés, e numa cabeça, a do técnico, como se fossem a extensão deles mesmos. Podemos ainda, sem receio de cometer qualquer equívoco, afirmar que nosso país vive dias de “pés e cabeça”...

O Brasil todo se agita, se movimenta, se junta em torno de telas e telões, unido pelo mesmo ideal, que é torcer pela vitória dos atletas que defendem o país.

Empresas, casas comerciais, escolas, fábricas, suspendem por algumas horas as atividades cotidianas, para dedicarem-se à corrente que forma a torcida brasileira.

Famílias se reúnem sem deixar faltar bebida, petiscos e muito barulho. Bandeirinhas são penduradas por todos os cantos, bolas e bexigas improvisando um cenário festivo e condizente com a alegria que acelera o coração do torcedor. As cores, verde e amarelo, tomam conta do visual das cidades e toda a nação se mobiliza produzindo uma sinergia positiva, com o firme propósito de colaborar com os jogadores que estarão em campo buscando a conquista de mais um título.

De norte a sul, de leste a oeste, o solo brasileiro é tomado pelo arroubo de torcidas apresentando-se numa performance de solidariedade, alegria e boa vontade.

Alguns, mais fanáticos, chegam a passar mal quando as emoções são por demais fortes, ou quando o adversário leva alguma vantagem. Outros, mais sossegados, são rápidos em tiradas espirituosas que animam os demais sofredores em momentos decisivos.

Assim, por um período nossa nação pára. Nada mais interessa ao povo brasileiro, que coloca toda sua atenção na Copa do Mundo, como se fosse imperioso que o país parasse, com o risco dos atletas não terem condição de jogar, caso assim não procedessem.

Quando vemos a comoção que assola nosso povo por ocasião deste acontecimento, não podemos deixar de refletir sobre a característica, tão peculiar, de nosso país. Uma gente sofrida, mas sem sombra de dúvida, emotiva, vibrante e efusiva em suas manifestações de alegria.

Desde menina observo o clima de euforia que envolve a nação nesta época. Mesmo não sendo muito ligada ao futebol, jamais deixei de assistir as partidas em que o Brasil estivesse jogando, e ainda que me falte o conhecimento das regras e detalhes dos procedimentos do jogo, nada mais delicioso que o grito eufórico ao ver a bola entrando na rede do adversário.

O gol que une toda a nação num grito de alívio e felicidade faz com que, naquele instante, todo o país esteja com o coração pulsando numa mesma vibração, movido pelo gosto da conquista.

Em todo lugar, nos quatro cantos do Brasil, reúnem-se amigos, conhecidos, colegas e até concorrentes e adversários, com o único propósito de torcer pela vitória de do time brasileiro. É a seleção verde e amarela, um pedaço de cada um de nós, buscando conquistar o direito de ser campeão.

Talvez pudéssemos transportar toda essa energia e esse entusiasmo para outras experiências de nosso dia a dia, em relação aos nossos próprios irmãos. Quem sabe ainda, após o término da copa, independente do resultado, pudéssemos conservar esta união, este sentimento de pertencer a um grande grupo, e dar atenção a outros assuntos, igualmente relevantes para nossa felicidade, para que pudéssemos vencer outras disputas, de maneira responsável, tranqüila e consciente.

Após este evento esportivo estaremos vivendo um momento crucial, onde iremos levar nossa procuração às urnas, delegando poder de resolver questões de nossa vida social aos políticos que exercerão cargos públicos, nos representando, tal qual a seleção nos representou na Copa do Mundo.

As eleições não deixam de ser um torneio da maior importância, pois o prêmio, embora não seja uma taça, carregará a esperança de todos os brasileiros de conquistar uma vida melhor e oportunidade igual para todos.

Desejo que em 2006 sejamos campeões nas duas grandes provas que nosso país estará envolvido.

Que possamos gritar bem alto, com toda alegria: É campeão! É campeão!

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 13/06/2006
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