INFERNO GEENNA - Texto III

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

O INFERNO = GEENNA - (Texto III)

"Temei, antes, Àquele que pode fazer perecer na Geenna tanto a alma como o corpo".

Mt. 10.28.

Certas particularidades dos livros denominados "O Novo Testamento", só são percebidas quando recorremos à sua leitura nos manuscritos gregos, que são cópias dos originais em que foram escritos. Isto porque compete aos tradutores a tarefa pura e simplesmente de se fazer entender, da melhor maneira possível, no vocábulo de cada língua, distanciando-se, às vezes, da exatidão dos termos. A diferença do conhecimento do texto grego é de que uma leitura com interpretação literal cujo alvo seja o aproximar-se da verdade escrita de maneira mais profunda, se torna um tanto imprópria, no que tange à beleza linguistica.

O estudo e a pesquisa do Novo Testamento se fazem necessários, por conter este conjunto de vinte e sete livros denominados canônicos, a revelação escrita à Igreja que é a autentica agencia da salvação em Cristo, na presente dispensação a que denominamos "Dispensação da Graça".

Observando tais MSs. descobre-se que a palavra GEENNA - inferno - foi usada onze vezes por Jesus, nos Evangelhos e, depois, por Tiago. Há uma exclusividade do termo, do vocábulo que tipologicamente se entende como referindo a um lugar de tormento de pessoas que agora, soltas as âncias da morte estão vivendo em espírito e alma, confinados em uma região espiritual de onde só sairão por ocasião do juízo final, quando então serão julgados e lançados - Sl. 9.17 - no Lago de Fogo - pyr tô aiônion - Ap. 20.11-15 - o que lhes será a segunda morte.

Os autores dos livros da Nova Aliança, como sejam: Pedro, Paulo, Judas, não utilizam a expressão Inferno - Geenna. Somente João, na sua escrita do livro Apocalípse retoma esta linguagem simbólica de tal lugar espiritual, já que seu livro se destina aos judeus da época da Tribulação, ocasião em que o judaísmo religioso será restaurado com a construção do templo e do sacerdócio levítico.

A ausência desse termo nos ensinos dedicados à Igreja denota a isenção que esta instituição divina, de agência entretanto humana - diga-se - tem, quanto a um lugar que não é o seu destino. Para os membros de tal instituição, não há advertências acerca do Inferno, pois que através de sua fé no Cristo, o Ungido de Deus estão livres da condenação eterna. Os termos de conotação negativa são verberados dos modernos púlpitos: diabo, demônios, inferno, etc. Este, um evangelho de ameaças, que não neo-testamentárias.

O ministério de Jesus o Homem de Nazaré, não foi para a Igreja, ¬ a qual ainda não existia, mas dedicado a doze discípulos, os quais deveriam ser os continuadores de Sua obra. Ele pregou o Reino aos judeus. Não O receberam. A Igreja só seria instituída por ocasião Pentecoste, depois de Sua morte e de Sua ressurreição. Quando falou acerca de edificá-la, construí-la, Jesus usou o tempo do verbo no futuro: "oikodomêsô" - "Edificarei a minha Igreja" - A missão de Jesus era especificamente às ovelhas perdidas da casa de Israel, conforme Sua própria declaração. Ele veio para os Seus, mas eles não O receberam. Ele é a oportunidade de redenção para Israel, a nação, o povo que ainda O rechaça. Mas a todos os que O recebem, dá-lhes a autoridade - ecsousian - de serem feitos filhos de Deus.

Só Jesus.

_________________________

O Pr. Th. D., Honoris Teologia, D.D. Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br