Blá, blá, blá
Hoje, enquanto me levantava e me preparava para mais um dia de trabalho, estive pensando na superficial existência humana e seus derivados (ou, pelo menos no caráter de superficialidade que muitos de nós fazemos com que nossa vida adquira).
Enfim... Realmente, depois de muito tempo sem uma auto-avaliação realmente profunda e com intuito de descobrir algo que, talvez, permanecesse inerte aos meus olhos e aos meus sentidos, me “peguei” indagando sobre essa questão.
Minhas dúvidas, embora não fossem muitas, me atordoavam. E sei que tantas outras pessoas já compartilharam desse momento “reflexão” em suas vidas. Com maior ou menor intensidade, não importa.
Sem mais balela, o que permeava incessantemente em meus pensamentos eram perguntas simples, mas que, ainda com toda simplicidade que lhes era pertinente, não permitiram que minha curiosidade fosse sanada.
O que, afinal, estou fazendo de minha vida? Será que ela tem, realmente, algum sentido? Porque machuco as pessoas com tanta facilidade? Porque não sei amar? Porque não sei valorizar o amor alheio?
Às vezes penso que, o melhor para uma pessoa como eu, seria viver longe de outras pessoas. Longe daquelas que realmente sonham e crêem no amor.
Penso, também, com grande freqüência que seria melhor se não houvesse sentimentos (a não ser pela família e por Deus), se não descobríssemos o que é o amor, se não soubéssemos o que é gostar de outrem.
Mas, desde crianças, somos ensinados ao amor da mesma forma como ele nos é ensinado.
E descobrimos...
Descobrimos o que ele é, as suas faces e as suas travessuras.
O seu sabor indescritivelmente doce, ou seu aspecto amargo.
Descobrimos que amor acaba sim, ao contrário do que muitos pensam, sentem, ou dizem.
Descobrimos que ele nem sempre é recíproco e que isso pode nos trazer muita dor...
Admiro as pessoas que sabem realmente amar, e que tem nos olhos e no coração, o brilho que esse sentimento traz.
Admiro do que elas são capazes, ou melhor, de como o amor as capacita.
E não digo isso por medo de me machucar, e sim de machucar aqueles que amo (ou julgo amar, ou ter amado, sei lá).
Penso que o único amor que realmente tenho, e desejo que me acompanhe por toda a vida, é o amor que tenho por minha família e por Nosso Pai.
Pode soar um tanto contraditório com algumas coisas que penso, faço ou escrevo; mas não é o ser humano uma eterna contradição?
Não é ele quem sempre busca a verdade? Ou, pelo menos, a SUA verdade?
A verdade ( e esta não é somente minha ), é que somos extremamente sós.
Sim, extremamente sós.
Não posso saber como tu enxergas, como te sentes, nem mesmo o gosto de tua boca quando te beijo...
Nem mesmo o sexo, que é o mais íntimo que duas pessoas podem conseguir entre si... Nem os orgasmos, ápice da relação, são compartilhados fielmente...
Quando te é perguntado: “quem és tu?”, que respondes?
Aí então, meu caro, é a TUA verdade sendo formulada para me vender, estando eu disposta a comprá-la, ou não.
A SOLIDÃO É O MAL DO SÉCULO.
Somente depois de muito tempo, pude compreender o verdadeiro signifcado dessa frase. Somente hoje, pude sentir o que ela realmente transmite.
“Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero
Sou tão cínico às vezes
O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância”
Já dizia Renato Russo...