Viva o novo MIS do RJ!

Está nascendo outro elefante branco.

Apesar de a memória popular ser curta (por isto temos os “mesmos” na vida pública por mais de 40 anos), o povo do Rio de Janeiro não esqueceu a herança maldita deixada por Cesar Maia no coração da Barra da Tijuca no final de 2008. É a monumental “cidade da música” que tinha um orçamento inicial de R$ 80 MI e até agora já consumiu mais de R$ 500 MI.

Sem ter apresentado nenhum número musical 9 meses após sua “conclusão”(?).

Este desmando nos faz recordar o projeto do PAN-2007 um ano antes, que foi orçado em R$ 800 MI e chegou aos R$ 5 BI sem um balancete exibido para a população brasileira para justificar o injustificável “aumento” (desvio) de recursos públicos. O governo federal também foi sangrado neste evento. E pior (ou melhor?): Lula foi vaiado no Maracanã lotado. Sobraram-nos diversas construções que estão se degradando por falta de uso e manutenção.

Mas este negócio de eventos de custo Y que acabam em 5 vezes Y deve ser muito bom para os projetistas, participantes e assinantes! Tanto que nosso Prefeito e nosso Governador estão no exterior tentando convencer ao COI que as olimpíadas de 2016 devem ser realizadas no Rio de Janeiro.

Agora nossas autoridades estão nos empurrando mais uma obra “monumental”: o novo Museu da Imagem e do Som a ser erguido na Avenida Atlântica em Copacabana. Custo estimado: R$ 65 MI. Mesmo quem tem dificuldades com percentuais, já pode imaginar que isto vai terminar chegando perto dos R$ 300 MI.

Tal projeto conduzido com extrema rapidez com aplausos dos empreiteiros amigos, certamente não considerou os seguintes detalhes:

- Os valores excedentes que certamente surgirão, deveriam ser aplicados nas falidas áreas de educação, saúde e segurança. Não necessariamente nesta ordem.

- Se existe um projeto para revitalizar a área do cais do porto, o tal museu ali seria mais um fator de forte atração turística. Com o valor do IPTU quase 5 vezes mais barato.

- O formato do prédio está em desacordo com a arquitetura local.

- A associação de moradores do local não foi consultada para opinar. Talvez eles sonhassem com uma praça para seus filhos brincarem.

Se os moradores da localidade não se pronunciarem (esta é a atitude em moda) e se acomodarem, em breve poderão construir no local um anexo do IML ou um presídio de “segurança máxima” para que os traficantes desfrutem de ares marinhos durante suas temporadas (curtas) na cadeia.

Haroldo P. Barboza – Andaraí / RJ

Matemática (infantil) e Informática (adultos)

Autor do livro: Brinque e cresça feliz!

Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço.

Haroldo
Enviado por Haroldo em 13/08/2009
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