A ternura perdida

Numa reflexiva análise retorno a Crônica do amigo Joel Gomes, iratiense, de quatro costados. Pois bem, o texto “A NAMORADA QUE SONHEI”, do ilustre escritor, refere-se a poesia que as antigas canções traziam e que enriqueciam estas melodias e a relação daquele momento com o momento atual.
Numa comparação que não pende para lado nenhum o mérito da grandeza, o amigo fala das preferências de seu filho pelo balanço dos ritmos atuais, e isto eu aqui acho óbvio, já que na sua idade seria de isto esperar.
Realmente havia mais poesia nas musicas antigas, os tempos eram outros, os valores a meu ver vinham numa escala de vanguarda em relação aos dias atuais, onde se valoriza o “ficar” ao “namorar” de antigamente. A dedução é simples e para alguns como eu, é definida como preocupante, pois retorno ao velho ditado das maças podres, que apodrecerão as maças sadias.
Mudaram os tempos, de uma inocente cuba libre naquela época em preto e branco, hoje se vê outras coisas bem mais explicitamente perigosas e coloridas nas mãos dos jovens, e assim é com as pessoas, que antes se nivelava como rapazes de boa família e não e hoje ninguém conhece ninguém e não se tem base para dizer do caráter de cada um.
Queiramos ou não o ambiente em que se vive tem relação no desenrolar da vida de cada um, e a vida torna-se mais influenciável à medida que a idade das pessoas é menor, digo daqueles em idade infantil e adolescente, perigosamente exposto aos modismos, que tanto podem elevar como denegrir a imagem e o caráter de alguém.
O que se vê em suma é que a poesia ouvida nas musicas antigas, não era só o lirismo que encaminhava ao romantismo para o namoro, por exemplo, mas ditava a própria condução da vida de cada um.
Já disse em outra ocasião que não gosto das letras das musicas atuais, mas é uma opinião própria, o que não quer dizer que eu não gosto das musicas atuais, gosto da batida do funk, de rap, e de quase todos os ritmos, me atenho às musicas porque existem letras sofríveis, as como já disse ao amigo Joel Gomes, apenas feitas com o intuito comercial, o que para alguém que gosta da poesia amadora é uma afronta, ainda mais que se revestem de chulas expressões que causariam asco ao mais humilde amante da poesia.
Muitos dirão que são opiniões fortes e que se baseiam em gostos que tentam remontar anos passados e épocas distantes.
Mas eu diria que é a preservação de valores concretos, e não passageiras alegrias, extintas logo no amanhecer do próximo dia de uma ou outra balada, regada a bebidas de procedência duvidosa, drogas, e que a lucidez do dia seguinte, nega porque a alma bitolada ao neurótico e caótico meio, não tem a força da ternura para reagir.
Ontem como hoje há maças podres que podem ser separadas. 

xx eas xx
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 22/08/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1767996
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