Erros de digitação

Wilson Correia*

“Realidade é meramente uma ilusão, embora

uma ilusão muito persistente" (Einstein).

Dizem que todo mundo é inocente até prova em contrário. Pois aqui está a prova de que sou inocente quando publico erros de digitação (risos). E a prova é muito a favor...

Liea os txts abaxo:

I: “P03M4 M4T3M4T1C0**

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M4T3M4T1C0.

D31X0 T0D4 4 4857R4C40 N47UR4L D3 L4D0

3 M3 P0NH0 4 P3NS4R 3M NUM3R05, C0M0 53

F0553 UM4 P35504 R4C10N4L.

540 D1550, N0V3 D4QU1L0...

QU1N23 PR43 0N23...

7R323NT0S 6R4M45 D3 PR35UN70...

M45 L060 C410 N4 R34L 3 C0M3Ç0 4 F423R

V3R505 1NDU-4R481C05.”

II: Notícia científica**

“De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e utmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Enetedu?”

Por que escrevo palavras com erros datilográficos?

Porque, quando escrevo, na tela mental, interna, tudo está muito bem.

O pensamento não se faz letra-por-letra e eu escrevo pensamentos.

O pensamento se faz por imagens e a digitação tem que ser em caracteres.

Aí, ao revisar o texto digitado, não leio o que, de fato, digitei, mas o texto tal como ele se fez nessa minha tela mental interna, exatamente onde ele está correto.

Por não ler o texto digitado, erro, datilograficamente falando.

Mas não é só. Erro na concordância, na flexão verbal, na ordem das frases. Em tudo!

Claro que é deselegante um texto cheio de impropriedades.

Porém, meu álibi é forte: pensar e escrever são processos distintos, tanto quando o é o de falar. Ao falar a gente comete outros tipos de erros (Ainda bem que existem erros diferentes prá gente não ser repetitivo rs).

O bom é que amigos avisam onde as "escorregadas" acontecem.

E eu sempre volto para corrigir – quando tenho tempo e lembrança.

Às vezes o erro fica lá, no texto do Recanto, do jornal, até do livro.

Sinto vergonha, ainda que saiba do meu álibi.

Tento sempre consertar para amenizar o meu desconforto.

Sou grato a todos e a todas quantos e quantas me auxiliam nesse embate.

Obrigado a todos e a todas, de coração, que me ajudam a corrigir os erros que cometo.

Só não prometo ser perfeito.

Aí já é demais... e eu não sou nenhum Deus.

Vocês ainda depararão com muitos errinhos meus aqui... (rs).

De quando em quando tenho a louca idéia de que a imperfeição humana faz parte de toda perfeição possível a um simples mortal.

Que erro maior pode existir do que esse de um dia a gente ter de morrer?

Ou será a morte a prova de ouro de toda a inocência

que somos capazes de experimentar?

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*Wilson Correia é filósofo, psicopedagogo e doutor em Educação pela Unicamp e Adjunto em Filosofia da Educação na Universidade Federal do Tocantins. É autor de ‘TCC não é um bicho-de-sete-cabeças’. Rio de Janeiro: Ciência Moderna: 2009.

**Fonte: http://www.fisica-interessante.com/filosofia-da-ciencia-realidade-percepcao-conviccao.html