Certo ou Errado, mas precisamos!

A modernidade é uma grande companheira... O século XXI é vangloriado e merecedor de todas as carícias e estima pelas benevolências que trouxe com sua chegada, e continua cada vez mais abrindo portas para o novo... No entanto a célebre frase de Lulu Santos: “Eu vejo uma vida melhor no futuro” fica devendo alguns critérios, e vamos nos acostumando a rotina da vida extremamente urbana, onde correr de roupa social e bater o carro quase todo dia é algo normal... E infelizmente é assim mesmo, e a coisa só tende a piorar, ou, de acordo coma letra da música já citada: melhorar.

Agradar a gregos e troianos é impossível... O ideal seria uma era em que o melhor de cada século já passado mesclasse num único elixir de décadas e pudéssemos tentar ser feliz da mesma maneira, mas ai já é pedir demais e nem gênio da lâmpada realiza algo assim. E o fato é de todos os lugares sofrem com estes gostos e contragostos da modernidade mecânica, da cordialidade mínima quase extinta... Ainda sobrevive em alguns pontos, mas está se erradicando, e as tentativas de reativa-la parecem não estar tendo muito sucesso. É normal que esqueçamos das coisas quando atingimos outras, mas as artes de nosso povo é algo extremamente importante: é um meio de comunicação, uma forma de adquirir conhecimento, um entretenimento e por aí afora cheia de adjetivos intermináveis e verdadeiros. Em remotos e passados tempos, existiam mais teatros, mais grupos de teatro, mais cinemas, mais espetáculos, mais arte por onde quer que a gente passasse, no entanto ao invés de evoluir, crescer, estas ferramentas estão apenas desaparecendo... E uma parcela disto se deve as prioridades, arte não é prioridade, mas é importante, porque faz crescer, faz o ser humano primar pelo bem feito, pelo detalhe e constituir uma sociedade ainda melhor, ou seja: EVOLUIR!

Um grande, quase que imensurável e desgraçado problema é que a arte é muito bem vista sim, mas como entretenimento. A arte assim como o resto do mundo também evoluiu, e passou a ser negócio, passou a girar capital na economia mundial, a ser terapia, a influenciar na saúde, no conhecimento, intelectualidade e Q.I. dos habitantes deste nosso planeta terra. Este problema se estende ainda mais quando tratamos do modo de fazer arte: artistas ainda sofrem um preconceito extremo e ridículo, a menos que seja a nível de televisão ou cinematográfico... Mas quem faz teatro é gay ou prostituta, quem faz artes plásticas é louco, viajão, débil-mental... Ressaltando que este autor apenas está divulgando palavras de um apanhado geral popular e desinformado, de gente sem conhecimento sobre arte, pois este autor mesmo é escritor e ator, então não me caberia estar agora se contrariando... Então continuando estas linhas de desprezo a alguns pontos modernistas, digo que a fama é uma grande companheira, pois faça o que fizer, se é famoso “tudo bem”, mesmo que alguém anônimo na multidão seja mais genial, menos óbvio, quem tem mais sucesso, tem mais vez. E ainda tratando do modo como se vê a arte, a maioria da população quase que despreza um curso de teatro, porque julgam que este serve somente para quem quer aprender a atuar, mas tiremos as vendas da ignorância, um espelho de banheiro e um curso de teatro é imprescindível sim para quem quer ser ator, mas também é ótimo na vida daqueles que querem melhorar os relacionamentos, aprender a ter mais jogo de cintura na sociedade em geral, aprender a expressar ou esconder suas emoções e sentimentos, aprender a conviver melhor na sociedade e consigo mesmo de forma mais saudável. É tão difícil entender, e porque as mídias de sucesso não dão uma força para a propagação destas artes? Medo? Há público para todos, ou seria falta de tempo, devido a imensa quantidade de barbaridade comercial que tem de ser posta no ar? Sem respostas, lamentemos novamente, visto que a arte é do povo para o povo, para ser assistida desde o subúrbio até o mais alto escalão financeiro... Para ser discutida, contemplada, reflexiva, incentivadora, consciente, e não sinônimo de ostentação de riquezas e poder, não programa de elite, pelo contrário, é para unir as classes, e de qualquer forma, mas sadia e certa, que aconteça porque nós precisamos! Então eu suplico em uníssona oração a todas as crenças: faça quem pode promover mais arte, ter ciência e gosto por isso, porque não é tão difícil, e podemos criar a partir daí uma legião da humanidade ainda mais humana e fazer deste mundo um só, e com a minha arte, a sua arte, a arte nossa, a arte de todos fazer um mundo mais compreensivo, mais evoluído... E claro: moderno!

Por Douglas Tedesco

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 08/09/2009
Código do texto: T1799031
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