Naquele tempo...
Já foi o tempo, onde as crianças brincavam na rua até as seis da tarde. Pular corda, pique esconde, amarelinha, ciranda, e tantas outras... Não queriam comer nem tomar banho por causa do tempo “perdido” de brincar.
Não queriam crescer, pois, ser “gente grande”, não tem como brincar, já que quando crescem ficam mais “chatos”.
Faz-de-conta então, que diversão! Onde as meninas sempre queriam ser professoras, mães, princesas e fadas. Por sua vez, os meninos preferiam os cavaleiros, monstros e super-heróis. Naquele tempo onde a vovó fazia tantos doces para os netos e contava as mais belas histórias. Mas, para falar a verdade, as preferidas eram as clássicas... A bela adormecida, O gato de botas, Cinderela, A pequena sereia, Branca de Neve e os sete anões, como tantos outros.
Quando eram histórias do Sítio do pica-pau amarelo... Que alegria!
O vovô com seus netos jogando bola, defendendo suas “crias” por qualquer coisa, dando doce para eles escondido, mesmo quando não está na hora de comer.
Nessa época, antes mesmo da ditadura militar, antes mesmo da televisão ganhar grande espaço, tudo era diferente... Depois do jantar (com a família reunida), as crianças iam fazer a lição de casa, a mãe e o pai sentados na sala (ouvindo rádio) ela tricotando, e ele lendo jornal.
Quando a tia que morava longe mandava uma carta (meses antes), dizendo que iria visitar a família nas férias. Na hora que chegavam... Quantas coisas novas, quantos presentes e fofocas para colocar em dia.E assim era um bom tempo, época em que se aproveitava a vida, que eram felizes.Tempo este, que não vivi.
(Texto publicado no Jornal "O APLAUSO" de setembro de 2009)
Fábio Aiolfi
Acadêmico (ABLA)
Cônsul (Poetas Del Mundo)
Ator, diretor, dramaturgo e instrutor teatral
www.oficialfabioaiolfi.blogspot.com