RUBINHO, UM BRASILEIRO

Rubinho nunca venceu um campeonato. Nem pela Ferrari.

Provavelmente nunca vencerá.

Sempre foi mais um corredor.

Faz seus treinos, obedece o chefe, cumpre seus compromissos e ganha seu salário.

Não é um pioneiro como foi Fittipaldi, um vencedor como Piquet e nem um ídolo como Sena.

Não é o que se pode chamar de bonito nem carismático.

Não teve nem um caso escandaloso com nenhuma modelo.

Por isso é ridicularizado na mídia e nos papos das horas vazias.

Enfim, um brasileiro.

Como eu, como você.

Como a lingua portuguesa, como o cinema nacional, como o cientista brasileiro e tantos outros exemplos.

Pois queremos é ganhar o Oscar e o Nobel, sermos (bem) comentados nos famosos jornais internacionais, estarmos bem colocados na lista dos melhores de qualquer coisa do Mundo.

E Rubinho não é isso.

Rubinho é um espelho colocado na tela falante.

Que torcemos para que suma logo... para voltarmos a nos iludir.

Mas enquanto não valorizarmos o que somos e o que temos estaremos sempre nos frustrando e caçando bodes expiatório.