GOOOOOOLLL... DE PELÉ !

Romeu Prisco

Finalmente o Rei marcou um gol com a boca, ao dizer, antes do jogo Brasil x França, que estava com "mau pressentimento", posto que todas as suas previsões anteriores sempre foram por água abaixo.

Agora seria fácil para todos, inclusive para mim, dizer que também estava pessimista em relação ao jogo. O desempenho da seleção brasileira não vinha agradando e nem convencendo. Porém, ainda restava a esperança de que craques do porte de Ronaldinho Gaúcho, que não foi o único responsável pela derrota, se recuperassem e apresentassem melhores atuações.

Contudo, tal não se deu. O Brasil acabou sendo eliminado em condições mais vexatórias do que a Argentina, que saiu sem nenhuma derrota e só perdeu nas penalidades máximas. A primeira conclusão que se pode extrair da nossa eliminação, é que a atual geração de "selecionáveis", assim como a respectiva Comissão Técnica, com raríssimas exceções, já encerraram o seu ciclo. O Brasil, no futebol, é o único país do mundo que pode partir para uma mudança radical, sem perda de qualidade.

Além da conclusão supra, da eliminação advem igualmente uma grande lição, que, aliás, já deveria ter sido aprendida: não se vai para uma guerra imbuído de espirito festivo, "armado" de cuícas, pandeiros, tamborins e outros instrumentos próprios de uma escola de samba. Em quase todas as reportagens da nossa seleção, o que se via era isso: festinhas, música, sorrisos, "treininhos" de meio-campo, autógrafos e pouca ou nenhuma seriedade e compenetração.

Bem, nem assim o Brasil deixou ou vai deixar de liderar o "ranking" do futebol mundial. Destarte, podemos continuar sonhando com o "hexa" na próxima Copa, a se realizar em 2010, no continente africano.