Dependência: aonde chegamos...

Desde os primórdios da civilização brasileira que se observa o atrelamento de condutas, em todos os sentidos, com o estrangeirismo. Inclusive nossa língua. Ela agora é dos países de língua portuguesa. Ela é multinacional. O trema foi embora, como também algumas outras regras foram inseridas para tornar mais fácil para os estrangeiros e ainda mais complicado internamente.

Estão vendendo quase tudo. Os costumes daqui há muito que são mesclados com os costumes alienígenas. Nossas tradições e demais movimentos culturais estão sendo internacionalizados. Assim como estão querendo fazer com a Amazônia a qual certamente é nosso patrimônio mais cobiçado.

Há uns dois dias veiculou na Rede Bandeirantes um comercial do Laboratório Teuto. Até aí tudo normal. O anormal é o garoto-propaganda frisar, com entusiasmo, que este anunciante tem compromisso com a sociedade americana. Como assim? Seus medicamentos estão dentro das normas, resoluções e regras preconizadas pelo FDA (Food and Drug Administration). Esta é a entidade reguladora de medicamentos, alimentos e afins.

Os medicamentos produzidos nesta empresa necessitam preencher os requisitos de nossos ditames. O nosso regulador chama-se ANVISA e não FDA.

Pelo que se lê, vê e escuta nos meios de comunicação esta não é a dádiva devida, e dada ao povo brasileiro, por quem fabrica para o consumo interno. Isto vai de encontro a tudo que é mais sagrado para uma nação, que são suas próprias Leis. Ou seja, é matéria interna corporis. O Brasil legisla sobre a sua produção e consumo.

Isso vale para tudo que é manufaturado no Brasil, e que é ou for designado ao consumo da sociedade. Desde uma aspirina, ou até mesmo um medicamento de uso mais criterioso. Qualquer coisa, motivo de consumo, necessita de moderação pela ANVISA e demais órgãos reguladores.

O comercial que traz esta citação deveria ser proibido de veicular dentro do Brasil. Ou ser obrigado citar meios regulatórios brasileiros. Seja de qual produto for. Vai ser usado internamente, precisa ser atestado pelos órgãos de fiscalização do Brasil. Seja a ANVISA, o INMETRO, as empresas de regulação de energia, telefone, enfim, todas.

A empresa que manufatura qualquer produto para o consumo interno deve ser regida, e citar que está sob a égide de Leis locais. Tudo deve ficar dentro das normas nacionais. Que cite o órgão de controle do exterior com finalidade apenas informativa. Porém deve enfatizar primeiramente as instituições nacionais. Essa é a conduta mínima a ser seguida pela indústria made in Brazil.

Arimatéia Macêdo – www.arimateia.com