UMA FATIA GAÚCHA COM RECHEIO URUGUAIO

O Rio Grande do Sul é reconhecido pelas diversas etnias que compõem a população, bem como, o país vizinho Uruguai. Não poderia ser diferente, esta mistura faz parte também da culinária pampeana. A gastronomia uruguaia tem influências fortes da portuguesa, espanhola e italiana, com as famosas massas e pizzas. Por ser uma região típica de pecuária, assim como Bagé, o grande atrativo é a carne.

Os costumes na mesa das duas regiões, ultrapassa muito além o tradicional chimarrão. Enquanto no solo gaúcho é servida a lingüiça, não tão distante, ela é chamada de chouriço pelos hermanos. Os ingredientes são os mesmos, carne e gordura de porco com temperos que variam de acordo com a cultura local. Seria o mesmo prato, se não fosse um detalhe: o chouriço é defumado.

Na principal avenida de Bagé, a Sete de Setembro, a pedida ao final do dia, geralmente é um pancho. No lado de cá, diversas são as opções, mas os ingredientes básicos são o molho, salsicha, maionese, mostarda, ketchup e queijo ralado por cima. Do lado de lá, a principal divergência gastronômica: apenas pão, mostarda e salsicha.

Pequenas e grandes diferenças nos pratos, enorme semelhança no chimarrão, a bebida predileta nas ruas de Bagé e cidades do Uruguai. O companheiro inseparável do homem do campo tem suas origens na cultura guarani, povo indígena que habitava as terras em épocas pré-hispânicas. A prática também é habitual em outros países da América Latina, como Argentina e Paraguai. Os utensílios utilizados para o mate são idênticos. O que diferencia o solo uruguaio é a iniciativa do uso da garrafa térmica em lugar da chaleira. Tanto faz a terra, uruguaia ou bageense, a bebida integra pessoas e é sinal de boas vindas a quem chega.

Essa integração dos dois povos não se restringe somente a tradições culinárias, mas ainda, a estabelecimentos alimentícios com “sotaque” espanhol. Um deles é a pizzaria La Piedra, existente em Bagé desde dezembro de 2005. Segunda a proprietária Juliana Moraes, a designação surgiu com a proposta de oferecer pizza à la carte, servida na pedra, ao estilo uruguaio. Já a casa La Marca, especializada em cortes de carnes uruguaios e argentinos, é intitulada assim com o objetivo de identificar o estabelecimento como um dos locais com as melhores carnes da região.

Tradição uruguaia na parrillada

Como o exemplo do chimarrão, o hábito de assar carnes também remonta a origens nativas. Enquanto no Brasil se privilegia as carnes nobres, como picanha e costela para o churrasco, no Uruguai, se desfruta de todos os sabores e texturas do mesmo boi.

O termo parrilla ou aportuguesado parrilha, é a grelha de ferros paralelos mais usada no Uruguai e Argentina, países banhados pelo Rio da Prata, onde a parrillada é o prato típico nacional. É composta de chouriço, morcilla (embutido feito à base de sangue de porco cozido e temperado, conhecido entre nós como morcela), e de miúdos, entre eles, mollejas (moela), chinchulines (as tripas do intestino fino) e rins.

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