Democracia e Demagogia.

Infelizmente não posso dizer que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil falhou em dizer que “Se Jesus Cristo viesse para cá,  e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”, por um motivo simples: Além do referido cidadão ser o presidente da república, é cidadão de um país, com liberdade de expressão, e que reverencia a democracia como bem maior a preservar.
Por si só, isto já encerraria a discussão, mas na democracia os adversários políticos do presidente também têm o direito a todo tipo de liberdade e politicamente não é interessante não ver desdobramentos na palavra do governante máximo da nação, por motivos óbvios, claro.
Na minha modesta opinião está certo o senhor Lula, e tenho que concordar porque se forem excluídos da conjuntura alguns elementos com peso político na aprovação de projetos, convenhamos, o país fica ingovernável, e por esta citação, Lula foi criticado, como se a venerada democracia vivesse somente de anjos e arcanjos, o que todos sabemos não ser verdade.
Lula citou a figura de Cristo pela força que ela tem, e quis mostrar que não adianta o povo gostar, aprovar e reverenciar a figura de alguma pessoa, na democracia, infelizmente, para que a governabilidade seja possível, o povo deverá ser em muitos momentos, apenas um detalhe, isto é duro, seco, execrável, mas verdadeiro.
Assim como Cristo teria a sua força, por seu lado Judas também teria, e medir forças é ato de governo ditatorial, e a exceção não é fato no Brasil de hoje, portanto teria sim Cristo que fazer coalizão com Judas, está infelizmente certíssimo o Sr. Lula.
E mais uma vez a igreja coloca-se demagogicamente ao lado do que seria a maioria, contra claro o Sr Lula, isto sem analisar profundamente o fato.
Um ato sem importância a meu ver, e aqui cabe o ditado “Nem um bem será eterno, tampouco um mal durará para sempre”.
No inconsciente coletivo da América latina, está enraizada a cultura golpista, e há que se amadurecer profundamente, para que se aceite modelos franceses e americanos de governos, é o que me vem no momento, quando penso em modelos de democracia, e bem ou mal estes o são.
Não aceitam certas eminências pardas, que um metalúrgico dirija a nação, isto é fato, apesar deste, estar em segundo mandato, e convenhamos fazendo um bom governo, e que alguns deslizes em palavras não chegam a arranhar sua performance, de jeito algum.
Vivemos assim, no mesmo momento em que a morte encampou domínio no Rio de Janeiro, em que governos latino-americanos procuram se perpetuar no poder em ditaduras brancas, em que em muitos anos podemos dizer que o pobre não passa fome, em que a inflação, mal medonho, está controlada, temos que ver ler e engolir, chiliques revanchistas de adversários que tentam ver, neste bom governo, falhas, que a seu ver poderiam desestabilizá-lo, ledo engano.
Se por um lado muitas vezes é preciso fazer composição com diabo pra governar na democracia, também é direito do povo enxergar o que lhe aprouver, e há muito já foi o tempo do diz que me disse, e pouco a pouco sepulta-se resquícios antigos do inconsciente coletivo, relativo ao medo da pesada mão ditatorial.
Não há espaço para suposições que possam induzir o povo ao aceite de supostos desmandos, muito maior é o bem que alguém faz a este povo, bem que um dia terá fim, mas com certeza terá fincado raízes e frutificado em seus ideais de politização e liberdade.

xxeasxx
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 23/10/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1882608
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