"E a vida, e a vida o que é, diga lá,meu irmão."

É difícil não pensar, no dia de hoje, em quem partiu, nas pessoas queridas que já não temos ao nosso lado.Por mais que a gente desenvolva o pensamento, que a gente aprimore a percepção em relação à morte e tente compreendê-la como um fenômeno natural e inevitável.O dia está aí e acabamos por sucumbir à sua nostalgia, à sua penumbra.
Como muitos, já tenho um bom número de entes queridos que viraram estrelas.Comecei a ter contato com a morte muito cedo, bem criança.De lá para cá muitas baixas no meu contingente afetivo ocorreram, muitas lágrimas rolaram e, como sempre, a vida seguiu o seu curso.Creio que não é fácil para ninguém viver o luto, aceitar a perda, sentir a ausência, mas acho que a gente precisa aprender a aceitar o que é inevitável e ,mesmo com muito esforço, precisamos valorizar cada minutinho da vida como alternativa a esse vazio desolador ,que nos domina cada vez que "perdemos" alguém querido.
Hoje ,como todo dia de Finados, vejo pela tevisão, pelos noticiários, o movimento intenso nos cemitérios.A maioria das pessoas quer chorar seus mortos, quer prestar mais uma homenagem, exteriorizar a saudade. Nunca consegui fazer parte desse ritual, mesmo respeitando quem o faz.É que para mim o amor é sempre definitivo.Quem se foi continua VIVO em minha mente, em meu coração.Ou então virou estrela de fato e eu procuro no céu esses meus afetos, principalmente quando a saudade ocupa o coração de tal forma que não sobra espaço para nenhum outro sentimento.Aí eu me recolho em minhas reminiscências e busco no brilho de cada estrelinha o sorriso, os trejeitos, a alegria da cada pessoinha querida que não está mais aqui, que se tornou encantada, uma vez que ficou eternizada em minha memória.
É isso.Hoje e sempre a minha fiel e amorosa homenagem aos meus queridos que se foram .E que possamos sempre a cada lágrima vertida aprender a respeitar a vida em todas as suas manifestações.