LIDERANÇA CRISTÃ - ( II ) - De Abrão a Salomão

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

LIDERANÇA CRISTÃ

(II - De ABRAÃO a SALOMÃO)

Onde houver um povo, aí haverá um líder. Na história bíblica, após a época do dilúvio que iniciou um novo ciclo no mundo, Deus levantou da Mesopotâmia, um líder nascido de família rica, abastado desde o berço, a fim de nele e com ele começar uma numerosa nação. Abraão, então chamado Abrão. Estamos nos reportando à longínquas datas, em um mundo ainda vazio no que tange à população e as civilizações que depois encheriam a terra.

Tudo era simples, artesanal, porém já com pessoas que se destacavam no início daquelas civilizações. Uma época em que o alimento valia mais do que o dinheiro, numa terra inóspita que sempre foi a Mesopotâmia como um todo e o Oriente Médio. Também o animal, valia mais do que o seu dono. Surge, pois, este destacado líder, primeiro sobre sua própria casa, seus familiares e depois sobre toda prole, conduzindo-os para uma terra previamente indicada pelo Deus que lhe aparecera.

A liderança exercida por Abraão evoluiu até nações vizinhas, onde sua influência se tornou notória ao Faraó do Egito e a reis daquelas regiões. Quando Deus se digna chamar um homem, este será notado, reconhecido e até certo ponto respeitado pelo caráter da sua missão.

Após a liderança de Abrão, iniciou-se a época dos patriarcas nos seus descendentes Isaque, Jacó e José. Israel, o povo, passa a uma administração centralizada nestes homens piedosos que alicerçam no povo a grandeza do Deus de seus pais que, então, se torna o Deus de Israel. Mas, desde o livro Deuteronômio – capítulo dezessete - o Senhor advertira que no futuro tal povo pediria e obteria um rei, como o possuiam as demais nações.

Da liderança centralizada nos patriarcas, o povo passaria agora à época dos reis, em um governo de reinado estabelecido em Saul, Davi e Salomão, como os primeiros em uma dinastia que se estenderia até ao período do cativeiro babilônico no sexto século antes de Cristo.

Define-se, pois, a administração da Velha Aliança, como sendo reinado. O líder é o rei. Em vários aspectos esse sistema se mostrou insuficiente, decepcionante nos seus finais. Saul, iniciando brilhantemente sua liderança com humildade, tenacidade e boa administração, desviou-se depois, tendo até tentado suicídio em sua derrotada liderança.

Davi, no meio dos anos de sua liderança cometeu dois graves crimes (pecados) que trouxeram inevitáveis conseqüências para o resto de sua existência. Seis graves conseqüências: A criança, fruto do adultério, morreu; seu filho Amnon, violou a própria irmã Tamar; Absalão, dois anos após, matou Amnon para vingar o mal feito à sua irmã; Absalão se levantou contra o pai Davi para tomar-lhe o reino, as mulheres, e matá-lo; o exército de Davi eliminou o seu querido filho Absalão. Reabilitado ao trono, Davi, sexagenário, relegado a um leito, não tem condições físicas para possuir uma esposa virgem que lhe trazem – Primeiro Livro dos Reis, capítulo primeiro.

Quanto ao terceiro reinado, o de Salomão, as loucuras praticadas por aquele que foi em sua época o homem mais sábio do mundo no que tange a negócios e construções, desembocaram em edificações de templos idólatras que satisfaziam as exigências de suas mil e tantas mulheres, em uma liderança que o desabonou frente à História.

Em todas estas lideranças o povo sofreu com altos impostos, sustentando o orgulho de um regime autoritário e déspota configurado na opulência de um homem a quem este povo se curvava em servidão. A monarquia não foi a melhor forma de liderança.

Necessária se faria uma evolução. (continua)

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O Pr., Th. D., Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br