LIDERANÇA CRISTÃ - ( V ) - O Muro Divisório V.A. - N.A

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

LIDERANÇA CRISTÃ

(V – O MURO DIVISÓRIO V.A. / N.A.)

Há um muro de separação entre a Velha e a Nova Aliança - O Cristo. Nele as “águas” se separam. “Ele veio para o que era Seu – os judeus – mas os Seus não O receberam...” – Rejeição sistemática feita pelos maiores líderes da nação. Os sacerdotes, os anciãos, os fariseus e os principais partidos religiosos e políticos rejeitaram-nO. Ele chorou sobre Jerusalém em um profundo lamento – eklausen – pela repulsa que deles recebeu. “Ah, se tu soubesses Jerusalém, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence... Mas isto está agora encoberto aos teus olhos”.

Apesar do amor e da bondade, Deus tem limites nos Seus relacionamentos com o ser humano. A iniqüidade tem medidas que não podem ser ultrapassadas. Nesta dispensação Ele não leva em conta os tempos da ignorância, porém o dia da Sua ira se manifestará. Não tem por inocente o culpado e não reterá a Sua mão quando o impenitente não voltar atrás. Na morte de Jesus as pedras se fenderam e o véu do templo foi rasgado de alto a baixo. No ano setenta dC. Jerusalém foi totalmente destruída.

Ao receber sua misericordiosa e última visitação, Israel como nação e como indivíduos recusou aceitar a gratuita oferta da divindade: O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus rechaçado pelo Seu povo, volta-se aos gentios, aos não circuncidados, às demais nações. “Mas a todos os que O receberam, deu-lhes a autoridade – ecsousian – de se tornarem filhos de Deus”.

Dois grandes pactos Deus fez com os homens: No monte Sinai, através de Moisés, com o povo Israel. Na santa Ceia, através de Jesus, com a Igreja composta de todos os demais povos que Nele crerem. Ambos pactos, foram selados com sangue. O primeiro, com sangue de ovelhas. O segundo, com o sangue de Jesus. Estes dois pactos não funcionam juntos. Há um período de ação entre um e o outro. Há épocas determinadas para cada um deles. O primeiro está suspenso em sua atuação, sem sacerdotes, sem templo e sem sacrifícios. Sua ligação a Deus está sob júdice, suspensa até ao tempo da restauração. O segundo é atuante através da Igreja até que o Cristo volte.

Cada um destes pactos tem o seu líder, o seu legislador, e os seus escritos, que não são iguais nas suas exigências. Maravilha-nos o fato de que os escritos para Israel, a Velha Aliança seja escrita, na sua maioria, em hebraico, que é a língua daquela nação. A Nova Aliança, entretanto, é toda escrita em grego Koinê, linguagem do povo comum, dos gentios, entendida na maioria dos povos de então.

À liderança da Velha Aliança, Deus exigiu que o Livro da Lei fosse lido durante todos os dias da vida do povo Israel. Chegaram eles a colocar filatérios com versículos bíblicos em suas vestes, tal a devoção pelos escritos. Na Nova Aliança, concomiitantemente, os escritos seriam da mesma forma, logicamente lidos e observados. Mas a utilidade não seria a mesma. Estes têm seus próprios preceitos, suas próprias cerimônias, seu próprio tipo de orações e de comportamento. Sua liderança é diferente, seus princípios mais elevados. Tudo é melhor – declara a carta aos Hebreus.

Enquanto a Velha Aliança tem os seus líderes como patriarcas, reis e sacerdotes, a Nova Aliança só tem um modelo de liderança: o Cristo. Na V.A. o líder é o rei; na N.A. o líder é o escravo: “Eis aí o meu escolhido, o escravo (servo) de Jeová” – Is. 42.19.

A tradução da palavra grega:” doulos” perde muito do seu significado quando traduzida como sendo “servo”, expressão preferida no português usado em Portugal. Doulos, entretanto, traduzido escravo, nos leva a uma figura de humilhação e submissão. Em três das aberturas de suas cartas, o líder apóstolo Paulo usa tal expressão, dizendo-se “escravo de Jesus, o Cristo, por mandado de Deus”.

(continua)

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O Pr., Th. D., Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br