Dismorfia

Ultimamente, especialistas tem aparecido na mídia, tanto na televisão quanto em jornais impressos ou da internet, para falar de um fenômeno bastante comum nos dias atuais:Dismorfia.É que ninguém mais quer ficar velho ou feio.A maioria das pessoas acredita nos padrões de beleza impostos pela mídia e cada vez mais o número de insatisfeitos com o próprio corpo aumenta.E é graças a essa incompatibilidade com o espelho que os cirurgiões plásticos estão em alta.O Brasil já aparece como campeão em números de cirurgias estéticas no mundo.Mas o que pode haver por trás desse crescimento vertiginoso de tratamentos cirúrgicos?

De acordo com os especialistas, as pessoas andam sofrendo de transtorno dismórfico.Isso quer dizer que muita gente se olha no espelho e não vê o que é mostrado exatamento.A imagem aparece distorcida.Daí acreditar que o nariz é maior do que realmente é, ou a pele está mais envelhecida do que deveria, e assim vai.Que esse distúrbio existe é fato.Mas o que dizer de um outro tipo de dismorfia, aquela que refere-se aos sentimentos, ao caráter, à personalidade? Parece que existe uma fuga quase em massa da essência do ser.Que sentimentos importam de verdade e que devem ser cultivados? Que atitudes são mais cidadãs e devem ser incentivadas? Que personalidades são mais idôneas e merecem ser destacadas como bons exemplos?

Parece que tudo anda meio confuso para a maioria das pessoas.O imediatismo está sempre dando as cartas, é o que faz, por exemplo, Obama ganhar o prêmio Nobel (nada contra ele(ainda), pelo contrário) em detrimento de pessoas que há décadas lutam pela paz no mundo.

Que o Bem e o Mal coexistem, fazem parte de um mesmo universo, todos sabem, mas não saber distinguir o que é pernicioso do que é uma bênção para si mesmo, já é sinal de um outro tipo de dismorfia, a interna, a subjetiva.Aquela que se refere a falta de conhecimento de nós mesmos.Acho até que uma implica na outra, pois se o espelho não traduz a verdade para quem nele se olha, é porque quem se vê não se conhece e não está em sintonia com o seu mundo interior também.

Vale a pena então aprimorarmos a nossa conexão com nossos sentimentos, com a nossa verdade e, sem abrir mão da vaidade, cuidar para que não nos transformemos em meras e vazias caricaturas.
amarilia
Enviado por amarilia em 15/11/2009
Reeditado em 17/02/2013
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