Laranjal do Jari: três prefeitos em três dias. Nenhum foi escolhido diretamente nas urnas!

Laranjal do Jari: três prefeitos em três dias. Nenhum foi escolhido diretamente nas urnas!

Estou completamente desiludido, tonto e lesado. Na segunda-feira (16/11) o Barbudo Sarraff, (segundo colocado nas eleições passadas) acordou prefeito da minha cidade, mas foi afastado por ordem judicial. O TSE reformou a sentença que havia cassado o registro de candidatura de Euricélia Cardoso. Esta última sim, ganhou as eleições nas urnas e representa a vontade do povo na sua maioria, pois foi a que obteve mais votos em Laranjal do Jari, no sul do Amapá. Dizer que um candidato ganhou as eleições porque “comprou” votos é o cúmulo da hipocrisia. Ninguém mais vende voto. Ninguém mais compra voto. Está enganado quem pensa que vende e quem pensa que compra. Não há mais ingênuos. Crianças nas escolas já aprenderam trapacear os outros coleguinhas na escolha do líder de turma. O sufrágio é secreto e garanto que muitos eleitores são mais corruptos do que nossos políticos.

Naquela mesma segunda, Barbudo Sarraff foi afastado por determinação dos tribunais eleitorais, assumindo em seu lugar o presidente da Câmara Municipal, Bode Queiroga. Em sua defesa, o novo prefeito explicou que o vice-prefeito, o Sr. Antônio Soares de Oliveira, não poderia assumir o posto de direito porque estava afastado pela Câmara Municipal por estar sendo alvo de investigações. Quem mais teria interesse no afastamento do vice-prefeito? É uma situação tão cínica que chega a ser ridícula. Os golpistas sempre usam da artimanha de ocupar os cargos como se tivessem sendo eles os guardiões dos direitos do povo. Nesse caso específico, o povo já tomou uma decisão nas urnas. A prefeita escolhida foi Euricelia Cardoso e pronto. Temos que respeitar a vontade do povo. O segundo colocado na chapa majoritária certamente teria mais respaldo para assumir a prefeitura do que aquele que nas eleições anteriores disputou uma cadeira no legislativo municipal.

Na quarta-feira uma nova decisão judicial corrigiu o abuso e o vice-prefeito de forma natural ocupou o cargo. Contrariados, alguns vereadores estão disseminando a idéia de que o melhor para o município será uma nova eleição. Tal decisão seria uma afronta e um desrespeito muito grande contra a vontade da maioria, pois esta maior parte da população já tomou a decisão nas urnas no ano passado. Forçar uma nova eleição é uma falta de consideração, no mínimo, com a maioria dos laranjalenses. De agora em diante vou pensar se vale a pena sairmos de casa no primeiro domingo de outubro para encarar uma fila e escolher os nossos representantes, pois é agora em Laranjal é a justiça e os vereadores que querem escolher os mandatários em nosso lugar. O voto perdeu a função.

IVAN LOPES
Enviado por IVAN LOPES em 23/11/2009
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