Sexo Frágil!?

Há muito já sabemos o quanto Deus é perfeito. Mas a sua criação mais importante e, talvez mais genial, é, sem dúvida nenhuma, a Mulher.

A nossa sociedade machista e extremamente hipócrita condicionou que a mulher deveria submissão ao pai, ao esposo e à sociedade e, em hipótese alguma, poderia ser superior a eles. Ledo engano imaginar que o sexo feminino iria suportar tamanha grosseria e descaso já que possuem inteligência e sensibilidade profundas.

Por um tempo ainda tratamos as mulheres como seres apáticos, pessoas que estavam ali para suprir nossas necessidades sexuais, familiares e sociais. Fizemos delas nosso brinquedo de ping-pong onde jogávamos para lá e para cá nos momentos que achávamos oportunos para que elas estivessem em algum dos lados designados por nós. Obrigávamos para que fizessem todos os nossos agrados e condições totalmente impostas sem direito a nenhuma reclamação.

Nos surpreendemos, pois, no instante que começamos a perceber que nós, homens, nada somos sem as mulheres. Não suportamos dor, não sabemos educar os filhos com singeleza e paciência, não sabemos organizar a casa, não sabemos controlar as despesas do mês, não sabemos consolar e dizer que tudo ficará bem no momento em que o mundo desaba sobre nossas cabeças.

Fizemos tanto alarde para mostrar ao sexo feminino que ele era apenas uma extensão do masculino e que não haveria possibilidades de ele nos alcançar. Portanto era inevitável: as mulheres tinham que ser-nos submissas.

Conseguimos! A mulher passou por períodos de extrema prisão social, de total reclusão doméstica sob as ordens massivas de maridos cruéis e de uma sociedade estúpida.

Contentes e confiantes num sexo tão forte e tão viril, espantamo-nos ao observar, paulatinamente, que as mulheres corriam furiosas às nossas costas, queriam alcançar-nos e, quem sabe, inclusive, passar à nossa frente. O pior aconteceu: elas conseguiram o tão inalcançável! De mansinho, contribuindo com a educação dos filhos e com os problemas dos esposos, a mulher alcançou o lado de fora da casa e nunca mais voltou.

Os vôos alçados foram, e continuam sendo, cada vez maiores. O que até então era um sexo totalmente frágil e sem condições de existir sem a presença masculina, mostrou-se superior e muito mais importante.

Convivemos com mulheres em patamares sociais altíssimos, em posições hierárquicas que muitos homens jamais chegariam. Mulheres que, com coragem e cabeça erguida, largam seus maridos alcoólatras, drogados, adúlteros e oportunistas, criam seus filhos sozinhas, dão exemplos de vida e de força de vontade. Mulheres que não tem medo do perigo, não voltam da guerra depois da primeira batalha perdida. Mulheres que mostram aos homens que parir não é somente dar a vida a um novo ser, mas cumprir uma missão dada por Deus àquelas que Ele sabia que eram as únicas que suportariam tamanha dor, pela inexplicável força e desejo de crescer que cada uma traz dentro de si.

Tenho muitas mulheres na minha vida. A maior delas, minha mãe, representa a grandiosidade do amor feminino. Minhas irmãs, mulheres audaciosas e sagazes. Minhas sobrinhas, ternura e inteligência. Minhas amigas, mulheres cabeças, equilibradas, inigualáveis, autênticas e fortes, extremamente fortes.

E como dizia Caetano Veloso “a mulher é como o sândalo que exala perfume mesmo quando um machado a fere”. Meu apreço a esse Sexo Forte!

Edjofre Coelho de Oliveira
Enviado por Edjofre Coelho de Oliveira em 15/07/2006
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