Seres Humanos Distintos

Racismo é mais que apenas um tipo de preconceito, abrange questões históricas, sociais, culturais, econômicas, políticas, religiosas, entre outras. Essa forma de “classificar” os seres humanos é psicologicamente justificável, mas moralmente inaceitável.

Quando as regras de classificação taxonômicas surgiram, dividindo os seres vivos em Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, ocorreu a “separação” dos mesmos em diversas “camadas”, visando suas diferenças e semelhanças. Os seres humanos são capazes de se cruzar e gerar descendentes férteis, o que significa que pertencem a uma mesma espécie, ou seja, existem qualidades e singularidades que os diferem dos outros mamíferos, e que são comuns a todos.

O fato de pertencerem às mesmas “camadas” também demonstra que há bem mais semelhanças do que diferenças entre duas pessoas, mesmo que elas venham de lugares diferentes do planeta. Porém, as mínimas diferenças – que se resumem basicamente à aparência – fizeram os homens criarem “raças” dentro de sua espécie.

Chineses, japoneses e coreanos têm olhos puxados e são “amarelados”, europeus, em sua maioria, são brancos de olhos claros, africanos são negros de cabelos crespos, americanos são indígenas. Estereótipos que geram exclusão e preconceito e que não significam absolutamente nada no contexto social, não demonstram superioridade de um ou inferioridade de outro povo.

A crença no passado de que as raças humanas tinham diversidades biológicas substanciais e bem-demarcadas serviu para justificar as atrocidades cometidas contra determinados povos, incluindo discriminação e exploração. Porém, esse conceito infelizmente permanece em alguns aspectos da atualidade. Mesmo no Brasil, um país cheio de diversidades, ainda há exemplos de racismos, como a idéia de que todo negro é pobre e favelado.

A evolução da ciência e da genética já provou que somos todos “parentes”, todos descendemos de um mesmo ancestral, sendo nossas insignificantes diferenças apenas conseqüência de fatores como o clima e a variabilidade genética. Logo, se a pessoa é alta ou baixa, magra ou gorda, loira, ruiva ou morena, branca ou negra, de olhos claros ou escuros, não é justificativa para discriminá-la, pois a própria genética diz que, com o cruzamento de pessoas “diferentes”, diminuem as chances do nascimento de um descendente com doença por genes recessivos.

Discriminar alguém tomando como base a cor de sua pele ou a sua aparência é uma atitude extremamente incorreta, pois apenas faz com que o ser humano se “hierarquize”, sem tomar como base aspectos que influenciam o caráter ou as atitudes de cada pessoa, e sim a concentração de melanina no organismo.